Pátria
Gonçalo Portocarrero de Almada
i-online 8 Jun 2013
No próximo dia 10 de Junho ocorre mais um Dia de Portugal, de Camões e das comunidades, em tempos idos dito também da raça e do império. Como este já não existe e aquela nunca existiu, porque a nacionalidade portuguesa não se determina por nenhuma singularidade étnica exclusiva - haverá uma noção mais impura do que a de uma raça pura?! - mas antes resulta da miscigenação dos muitos povos que, ao longo do séculos, por aqui passaram. Paradoxal é que, em outros tempos, um judeu não pudesse, por essa razão, ser cidadão de uma nação cristã, nem admitido na Ordem de Cristo, à qual Jesus de Nazaré, pelo mesmo motivo, decerto também não poderia pertencer? Os racismos têm destas incongruências.i-online 8 Jun 2013
Resta assim a comemoração festiva da terra e do povo que somos. E com orgulho o somos. Não aquela soberba nacionalista, que se afirma no desprezo pelas outras nações, que vota a uma ignominiosa exclusão, mas na agradecida devoção a que o quarto mandamento da lei de Deus nos obriga, porque o amor aos pais há-de ser também ao seu país e às suas gentes, ou seja, à pátria. Seria pueril afirmar que os nossos pais, ou o nosso país, são os melhores do mundo, mas são os únicos que são nossos e, por isso, merecem, como mais ninguém, o nosso amor e devoção.
Está de moda falar mal de Portugal, caluniando as autoridades públicas, menosprezando os símbolos nacionais, esquecendo a nossa história e descrendo do seu futuro colectivo. Triste e vã maledicência. Outra é a atitude patriótica e cristã: louvar e agradecer, amar e bendizer, que é isso mesmo, dizer bem. Viva Portugal!
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Leonor A C