Fenprof: que se lhes faça justiça!
Henrique Monteiro
Expresso, Domingo, 16 de junho de 2013
Amanhã haverá uma greve de professores aos exames. No essencial, de acordo com os organizadores, a greve visa defender a escola pública dos ataques que este Governo de Passos Coelho e do ministro Nuno Crato lhe têm feito.
Antes, já tinha havido uma greve de professores aos exames contra o Governo de José Sócrates e da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que fizeram vários ataques à escola pública, que os sindicatos em boa hora defenderam. Isabel Alçada, que também foi ministra de Sócrates, também não esteve isenta de críticas!
Antes, ainda, houve protestos e manifestações e greves contra o Governo de Durão Barroso e do ministro David Justino, que tanto atacaram a escola pública. Como aliás Maria do Carmo Seabra, no Governo Santana Lopes.
E antes, também no Governo de António Guterres e dos ministros Júlio Pedrosa, Augusto Santos Silva e Guilherme d'Oliveira Martins, os professores e a escola pública não deixaram nunca de ser atacados. Para não falar em Cavaco Silva, e Manuela Ferreira Leite, Couto dos Santos, Diamantino Durão, Roberto Carneiro, João de Deus Pinheiro e todos os outros ocupantes da 5 de Outubro, que num gabinete desse edifício matutaram na melhor maneira de destruir o ensino em Portugal.
Desde que há Fenprof que ouço dizer que querem destruir a escola pública.
Mas felizmente, desde que existe Fenprof que eu ouço que há quem a queira defender. E deve ser por isso, pela ação e pela defesa intransigente, através de greves, ações de protestos e manifestações da Fenprof, que a escola pública ainda existe. Caso contrário, só havia escolas privadas e, para mais, religiosas, cheias de padres e freiras, os professores tinham ido todos para o desemprego e vivíamos no obscurantismo mais profundo. Pois não é isso que desejam ardentemente todos os ministros da educação e todos os primeiros-ministros?
Há que fazer-lhes justiça!
No caso de acharem que este post é um bocadinho irónico, têm toda a razão.
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Mário Simões-Coimbra