Engenharias eleitorais
O governo queria Setembro. A oposição queria Outubro. Ficou Setembro, mas às portas de Outubro. Falo das autárquicas que consumiram as melhores energias e produziram os maiores milagres: o PCP, preocupado com os peregrinos de Fátima, preferia a 6 e não a 13.
O governo disse que 6 colocava o dia da reflexão no 5 de Outubro – e os portugueses, tomados por ardor republicano, podiam reflectir para o lado errado. Estas pequenas guerrilhas revelam pequenos políticos: gente que acredita que 15 dias de diferença fazem toda a diferença. Para o governo, votar nas autárquicas antes do Orçamento será a consagração do dr. Passos. Para a oposição, votar com conhecimento do Orçamento será abjurar o dr. Passos. Serei o único a pensar que estas engenharias manhosas são um insulto à inteligência do povo – e um desprezo pelas autárquicas propriamente ditas?
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