“MENSAGEM DE PESAR PELA MORTE DO PADRE RICARDO NEVES”

Carlos Carreiras,
Presidente da Câmara Municipal de Cascais
06.08.2015
Há quem diga que a política e a religião não se misturam. Que vivem em planos separados, como duas retas paralelas que nunca se encontram. Essa é a Lei dos Homens. Todavia eu também sei, por experiência e por crença, que as sociedades, que as cidades, como construções humanas que são, não sobrevivem sem fé. Essa é a lei da vida. Recebi esta manhã, com consternação, a notícia do falecimento do Padre Ricardo Neves.


O Padre Ricardo, como era conhecido entre todos nós, apesar de não ter nascido em Cascais sempre foi um de nós.
Tivemos o destino a nosso favor quando, há mais de 15 anos, o apelo pelo sacerdócio o levou a cruzar-se definitivamente com Cascais. Primeiro como Prefeito do Seminário de S. José de Caparide, depois como Assistente do Sector de Cascais das Equipas de Jovens de Nossa Senhora, como vice-Reitor do Seminário de Caparide e, desde 2011, como Vigário da Vigararia de Cascais e Pároco da Paróquia de Santo Antonio do Estoril.
Foi um tempo curto, demasiado curto. Acredito, contudo, que foi um tempo maior do que o tempo se olharmos à compaixão, à inteligência, à simplicidade, à generosidade, ao amor ao próximo e à alegria com que o Padre Ricardo tocou tantos e tantos milhares de Cascalenses. A todos eles, certamente, deixou uma marca inapagável nas suas vidas.   
Eu sei que a política e a religião não se misturam. Mas também sei, porque acredito, que hoje Cascais perdeu um Pároco excecional e um Homem Bom, um dos melhores. E quando se perde um Homem Bom, um dos nossos melhores, independentemente do credo que professamos, é a comunidade como um todo que fica mais pobre.
Cascais ficou mais pobre. Razão pela qual decretei três dias de luto municipal, endereçando à sua família, amigos e paroquianos de Santo António do Estoril, um profundo voto de pesar.
Não cabe nestas palavras o tanto que o Padre Ricardo deu à nossa comunidade. Resumo-o num simples e eterno obrigado.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

OS JOVENS DE HOJE segundo Sócrates

Hino da Padroeira

O passeio de Santo António