Na morte de um leão
Henrique Pereira dos Santos | Ambio | 2015.08.03
Nos últimos dias tem havido uma grande comoção pela morte de um leão no país onde todos os dias morre gente por pura incompetência e venalidade do seu governo.
Um dos muitos argumentos usados para alimentar esta comoção dramática é o argumento da crueldade e do sofrimento causado ao animal pelo seu abate, sempre assente numa leitura estritamente emocional dos factos, sem a menor sombra de racionalidade.
Este argumento tem a sua raiz na substituição da humana, bem humana, responsabilidade de compaixão pelos animais pela ideia de que os animais são sujeitos de direito à felicidade e ausência de sofrimento.
Esta substituição é em grande parte sustentada numa visão idealizada da natureza e do mundo que identifica a dor e o sofrimento com o mal, como se a dor, o sofrimento e a morte não fossem tão intrinsecamente naturais como a vida, a alegria e a felicidade.
Para os que pensam que o abate de um leão por um predador como o homem é mais cruel e causadora de sofrimento ao animal que a morte natural dos animais selvagens, talvez seja bom lembrar que os animais selvagens não têm reforma, não vivem suavemente os seus últimos dias, pelo contrário, são vítimas da sua perda de vigor e capacidades, morrem escorraçados dos seus grupos sociais, vítimas de doenças, de fome, muitas vezes em agonias lentas de horas ou mesmo semanas, se por acaso ainda conseguem obter o mínimo de alimento sem que se tornem eles próprios presa de outros.
É bom lembrar que esta transferência da necessidade de conservação das espécies - uma necessidade estritamente humana, para o resto da natureza é absolutamente igual que se criem ou extingam espécies - para a necessidade de conservação dos indivíduos tem sido responsável por problemas sérios de conservação e, ainda recentemente, deu origem a uma extravangante tomada de posição de distintos académicos ligados à conservação na natureza, contestando a necessidade de combate a espécies invasoras.
Não é apenas indiferente para a conservação que se expandam as ideias relacionadas com os direitos dos animais, é mesmo um problema sério com o qual os conservacionistas fariam melhor em se preocupar, abandonando a tradicional condescedência para com ideias realmente nefastas e que muitas classificamos com tendo até algum efeito benéfico para a consciência ambiental.
Um dos muitos argumentos usados para alimentar esta comoção dramática é o argumento da crueldade e do sofrimento causado ao animal pelo seu abate, sempre assente numa leitura estritamente emocional dos factos, sem a menor sombra de racionalidade.
Este argumento tem a sua raiz na substituição da humana, bem humana, responsabilidade de compaixão pelos animais pela ideia de que os animais são sujeitos de direito à felicidade e ausência de sofrimento.
Esta substituição é em grande parte sustentada numa visão idealizada da natureza e do mundo que identifica a dor e o sofrimento com o mal, como se a dor, o sofrimento e a morte não fossem tão intrinsecamente naturais como a vida, a alegria e a felicidade.
Para os que pensam que o abate de um leão por um predador como o homem é mais cruel e causadora de sofrimento ao animal que a morte natural dos animais selvagens, talvez seja bom lembrar que os animais selvagens não têm reforma, não vivem suavemente os seus últimos dias, pelo contrário, são vítimas da sua perda de vigor e capacidades, morrem escorraçados dos seus grupos sociais, vítimas de doenças, de fome, muitas vezes em agonias lentas de horas ou mesmo semanas, se por acaso ainda conseguem obter o mínimo de alimento sem que se tornem eles próprios presa de outros.
É bom lembrar que esta transferência da necessidade de conservação das espécies - uma necessidade estritamente humana, para o resto da natureza é absolutamente igual que se criem ou extingam espécies - para a necessidade de conservação dos indivíduos tem sido responsável por problemas sérios de conservação e, ainda recentemente, deu origem a uma extravangante tomada de posição de distintos académicos ligados à conservação na natureza, contestando a necessidade de combate a espécies invasoras.
Não é apenas indiferente para a conservação que se expandam as ideias relacionadas com os direitos dos animais, é mesmo um problema sério com o qual os conservacionistas fariam melhor em se preocupar, abandonando a tradicional condescedência para com ideias realmente nefastas e que muitas classificamos com tendo até algum efeito benéfico para a consciência ambiental.
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