“Por que razão a ONU demorou tanto tempo a intervir?”, pergunta mulher cristã em sessão especial das Nações Unidas
No mesmo dia em que os Estados Unidos anunciaram liderar uma coligação de países para suster o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), foi conhecido o testemunho de uma mulher cristã, de 21 anos, na sessão especial de emergência do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o EI.
"Chamo-me Maryam Wahida, e sou cristã, nascida e criada no Iraque, onde a maioria da minha família ainda permanece. Vim aqui hoje para dar testemunho perante o mundo sobre os horríveis crimes cometidos pelo Estado Islâmico contra os meus familiares, contra os cristãos, os Yazidis e outras minorias religiosas no Iraque."
Wahida explicou aos conselheiros das Nações Unidas que, "durante bastantes semanas, os terroristas invadiram as nossas aldeias, destruíram igrejas antigas, e queimaram arquivos históricos que datam de há muitos séculos".
De seguida, esta jovem mulher questionou directamente a comunidade internacional pela lentidão numa resposta concertada aos massacres que vinham a acontecer no Iraque.
"Dada a extrema urgência desta questão, que é de vida e de morte, devemos perguntar-nos: Por que razão a ONU esperou tanto tempo, demorou tanto tempo a intervir? As vítimas do Iraque querem uma resposta. Afinal, o que poderia ser mais urgente do que parar os terroristas de Estado Islâmico de perseguirem, atacarem, escravizarem, violarem e decapitarem os nossos homens, mulheres e crianças?"
Num registo emotivo, Maryam Wahida prosseguiu no seu testemunho afirmando que todos os que sobreviveram aos massacres "foram obrigados a fugir de suas casas".
Agora, referindo-se a eles, diz que "são pessoas deslocadas, que vivem em condições horríveis, sem higiene nem saneamento básico".
E prossegue, descrevendo as condições de vída extremamente difíceis em que se encontram milhares de refugiados cristãos. "Eles dormem nas ruas, no chão, dentro e fora das igrejas. As crianças e os idosos são os mais afectados, e há muitas doenças que rapidamente se espalham entre todos".
Maryam agradece toda a ajuda que tem sido dada pela comunidade internacional, mas apela a que se faça mais. "Tudo o que puder ser feito, para ajudar as vítimas", deve ser feito.
Como sugestão, lança a ideia da criação de "uma região segura para as pessoas deslocadas no interior do Iraque, que facilite o asilo e a migração" dos fugitivos.
É preciso agir depressa, sintetizou, "para salvar as vítimas que estão em tal situação desesperada" e que precisam "de ajuda da comunidade internacional".
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