FÉ, O GRANDE MÉTODO DA RAZÃO

Voz da Verdade, 2012-12-09
Isilda Pegado
Presidente da Federação Portuguesa pela Vida


Neste Ano da Fé proposto pelo Papa, contou entre nós, com um evento realizado na arena do Campo Pequeno em Lisboa. Um Meeting cujo tema é “A fé, o grande método da razão” e foi organizado por jovens universitários do Movimento Comunhão e Libertação.
Com uma exposição guiada que se propunha explicar porque é que a Fé é um método de conhecimento que não prescinde e, informa a razão e, em paralelo um conjunto de conferências, que naqueles três dias levaram à arena do Campo Pequeno milhares de pessoas.
Tudo, ali dentro, e por dentro mostrava a presença viva da Fé na cidade, no meio dos homens, na alegria e também nas dificuldades do quotidiano.
Na abertura do Meeting foi feita a apresentação do livro do Papa – “A infância de Jesus” – lançado há poucos dias e que fará, a quem o ler, olhar de um modo novo o Advento e o Natal que se avizinham. Aliás, a obra do Papa é talvez a primeira resposta à provocação que encerra o título do Meeting – “Fé, o grande método da razão”.
O livro que o Papa agora nos dá a ler faz, ao longo das páginas essa verificação da vida de Jesus – A razoabilidade de cada descrição bíblica que cada um de nós pode encontrar e descortinar. A vida e vinda de Jesus é-nos confrontada com o que estava escrito no Antigo Testamento, e que já tinha sido dito pelo Profetas. “A infância de Jesus” é um texto onde razão e Fé se cruzam constantemente.
Num tempo em que o conhecimento parece ser adverso à Fé e, em certos círculos, advogar mesmo que razão e Fé são incompatíveis, o percurso da exposição do Meeting demonstra porque conhecer através da Fé é também um acto razoável e por isso um método da razão. Aliás, a ciência só progride porque no conhecimento científico os homens fazem fé em milhares de factos que já foram experimentados por antepassados. Isto é, a ciência hoje não experimenta porque acredita (fé) nos conhecimentos descobertos no passado.
Esta aliança entre fé e razão, tão querida ao Papa, neste Meeting tornou-se palpável nos diferentes testemunhos de gente de cultura, de religião, das ciências ou das artes que por ali passou. Ao contrário da cultura hegemónica que parece sufocar a nossa liberdade, a mensagem ali colhida foi de razão, descoberta, alegria no viver consequências de uma sã cultura de Fé.
Na verdade, e tal como escrito na exposição “A fé, em primeiro lugar, não é só aplicável a questões religiosas, mas é uma forma natural de conhecimento. Uma forma natural de conhecimento indirecto, mas uma forma de conhecimento! A razão é uma realidade viva, por isso, para cada objecto tem o seu método, desenvolve uma dinâmica característica, tem uma dinâmica para conhecer coisas que não vê directamente e que não pode ver directamente. Pode conhecê-las através do testemunho de outros: é o conhecimento indirecto por mediação”.
Sobre esta forma de pensar é famosa a frase de G.K. Chesterton que com muita ironia disse: “Curvando-me em cega credulidade, como é meu costume, diante da mera autoridade e da tradição dos mais velhos, supersticiosamente engolindo uma história que eu não posso testar no momento por experiência ou julgamento privado, sustento firmemente a opinião segundo a qual eu nasci em 29 de Maio de 1874, em Campden Hill, Kensington”. Tal como nós em relação ao seu próprio nascimento…
A ousadia e arrojo desta exposição é uma lufada de ar fresco que entra na nossa vida. E um novo nascimento. Vivamos o Advento com Fé.

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