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A mostrar mensagens de novembro, 2015

Morreu o PS. Viva o PS!

Maria de Fátima Bonifácio Observador 30/11/2015 O “costismo” significa o dobre a finados pelo PS fundado por Mário Soares e anuncia o nascimento dum novo partido pronto a vestir qualquer ideologia que lhe sirva de instrumento para se alçar ao poder Demasiado depressa as nossas atenções se desviaram da Grécia, do Syrisa e de Tspiras. Tsipras encontrou-se em Berlim a convite de Merkel, a 23 de Março deste ano. Regressou a Atenas, aparentemente convertido à realidade, ao realismo e ao pragmatismo. De facto, nunca deixara de ver a primeira e nunca lhe faltaram estas duas qualidades. Apenas se fingira romântico e revolucionário. Nunca foi romântico, e a revolução sempre foi para ele meramente instrumental: um meio de se alçar ao poder a todo o custo. Isto deveria ter-se tornado evidente logo que, após aprovação pelo Parlamento do terceiro resgate (14.8.15), em tudo parecido com o segundo contra o qual insurreccionara a Grécia, de imediato se demitiu (20.8.15) e convocou eleições

Afinal, quem manda na Educação?

Alexandre Homem Cristo Observador 30/11/2015 Já não há exame do 4.º ano: o PS aprovou a precipitação e escolheu a cedência ao PCP e ao BE, satisfazendo reivindicações sindicais e tornando irrelevantes tanto o seu programa como o seu ministro. Não houve debate. Não houve discussão pública. Não houve período de transição. Não houve demoras – nem se esperou que o novo ministro se ajeitasse na cadeira da 5 de Outubro. Por iniciativa do PCP e do BE, no primeiro dia do governo de António Costa, o parlamento aprovou a eliminação do exame do 4.º ano. E o mais curioso é que ninguém estranhou. Afinal, são eles, PCP e BE, quem define o rumo político quando se trata, como é o caso, de uma questão que não consta das “posições conjuntas” que o PS assinou? O que fez o PS da sua promessa eleitoral, agora inserida no Programa do XXI Governo (p. 105), de “reavaliar a realização de exames nos primeiros anos de escolaridade” – já reavaliou ou reavaliaram por si? E o que pensa o ministro sobre e

6 razões para acabar de vez com os exames do básico

Comentário de Miguel Morgado em baixo Esquerda.net 30 de Novembro, 2015 Catarina Martins Perguntaram-me se eu quereria ser operada por um cirurgião que em vez de testado na escola tenha sido feliz na escola. Não tenho nenhuma dúvida; quero que tenha sido feliz. 1. A memória prega-nos partidas Recebo mensagens de pessoas que me dizem que fizeram exames no ensino básico e não lhes fez mal nenhum, mas que não têm idade para os ter feito. Estes exames acabaram em 1974 e só voltaram com Nuno Crato. Exames nacionais não são testes de sala de aula nem provas de aferição 2. Sofrer não faz bem Sobrevivemos ao longo da nossa vida a muitas coisas más. Não as desejamos aos nossos filhos e filhas, ainda que saibamos que não os podemos proteger  de tudo. Impor algo que traz sofrimento e não serve para nada é uma estúpida crueldade. 3. Os exames  não  en sinam  nada É possível treinar crianças e jovens para fazer exames sem que tenham aprendido o conhecimento básico de q

A fé que torna Deus amigo do homem

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Christo nihil praeponere, 2013.08.08 A fé cristã não está somente baseada no serviço e no benefício, mas na sincera amizade com o Deus criador Um dos testemunhos particularmente belos da história recente da Igreja foi a relação de amizade entre Bento XVI e João Paulo II.  "Desde o início senti uma grande simpatia, e graças a Deus, sem eu merecer, o então Cardeal me doou desde o início a sua amizade" , contou, Bento XVI, numa entrevista acerca de seu primeiro encontro com o então Cardeal Karol Wojtyla, durante o Conclave de 1978. Para o Papa Emérito, o cultivo da amizade é uma característica dos santos,  "porque é uma das manifestações mais nobres do coração humano e tem em si algo de divino" . C.S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, escreveu, certa vez, que a amizade nasce no exato momento em que uma pessoa diz para outra:  "O quê! Você também? Pensei que fosse só eu" . De fato, é uma relação de comunhão e identificação, na qual, para parafr

SERVIÇO PÚBLICO: A obra de Costa. A herança. (1) Contas externas

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(im) pertinências 30/11/2015 SERVIÇO PÚBLICO:  A obra de Costa. A herança. (1) Contas externas Com este post, inicio uma série dedicada a avaliar a futura obra de Costa no governo que agora tomou posse. Começo pelo ponto de partida que é a sua herança: a obra do governo PSD-CDS. Muitos portugueses, para se dispensarem da maçada de fazerem escolhas, dizem que os governos são todos maus e são todos iguais. Concordo parcialmente com a primeira parte e discordo completamente da segunda. Concedo que os governos variam entre o sofrível e o mau, mas não são todos iguais ou, se preferirem, se são todos iguais há uns mais iguais do que outros, como no «Triunfo dos Porcos» de Orwell. Na minha perspectiva, a obra mais importante que um governo pode fazer é deixar os cidadãos viverem as suas vidas com o mínimo de interferência possível. O que é o mínimo possível é matéria controversa mesmo entre os que defendem a redução do papel do Estado. Pela minha parte, o mínimo possível são as f

A nova ordem

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João Távora, 30 Nov 2015 Se os exames do primeiro ciclo provocam ansiedade e acentuam a discriminação das crianças desfavorecidas, o que dizer dos erros ortográficos? O meu filhote pequeno que o diga, as lágrimas vêem-lhe aos olhos sempre que lhe corrigimos um. A caligrafia, essa é uma causa perdida. Não será a escrita afinal um elemento opressivo da livre expressão e criatividade da miudagem, um obstáculo à sua afirmação entre iguais? Consta que alguns sistemas de ensino já adoptaram esta filosofia igualitarista, em prol da felicidade e bem-estar dos fedelhos. Como se a felicidade não fosse acima de tudo um dom ou uma aprendizagem empreendida por cada pessoa no seu interior justamente na superação das dificuldades. No mesmo sentido a “retenção”, uma designação benigna e simpática atribuída ao antigo “chumbo” que tanto pesou como ameaça nas cabeças de alunos cábulas como eu, há muito está em vias de ser banida como instrumento pedagógico. Porque não se lembraram ainda estas su

Presente ou presença

O Natal não é presente, é presença Pe. João Kasoco Homilia do 1º Domingo de Advento (Igreja de Santo António das Antas)

“Livrai-nos do mal”

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Isabel Stilwell, online 2015.11.28 O pai-nosso foi censurado nos cinemas do Reino Unido. O que se passa nesta Europa, tão tolerante para com todos, mas que não suporta as manifestações da religião fundadora da sua cultura? 1. O anúncio é simples: um conjunto de pessoas de diferentes profissões, de um agricultor a um polícia, passando por estudantes e sem deixar de fora um refugiado, dizem, cada um à vez, uma frase do pai-nosso, até ao ámen que fecha a oração mais emblemática do cristianismo. Num último plano surge no ecrã a frase “A Oração é para todos”. O filme dura 60 segundos. (Se puder, veja: “Justpray oficial video”, no YouTube.) 2. É assim a publicidade ao novo site de oração da Igreja de Inglaterra, destinada a passar no cinema, nos minutos que antecedem o novo “Guerra das Estrelas”. Contudo, as três cadeias que controlam 80% das salas recusaram-se a passá-la, por consideraram que “podia ser perturbador ou tido como ofensivo por algumas pessoas na assistência”. O que, a

1º Domingo do Advento

O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos Tes, 3:12

Terrorismo ético

Pe. Vasco Pinto de Magalhães s. j. 22.11.2015 Deputados da Assembleia da República atacam vidas, vidas inocentes, o bom-senso e a justiça em nome de direitos que não existem. Na Sexta-feira passada, de rajada, foram aprovadas três leis contra a vida: a facilitação do aborto sem taxas moderadoras, a adopção de crianças por homossexuais e as barrigas de aluguer. Com a promessa de continuar o ataque. O facto é grave por si mesmo, e é oportunista pelo aproveitamento do momento de indefinição política existente.   É grave. Mas toda gente sabe que, muitas vezes, “legal” não quer dizer “bom”, nem “verdadeiro”, nem “justo”, mas apenas que há força para levar por diante determinada imposição. Legal não é igual a legítimo. E também toda gente sabe que uma maioria, só por ser maioria, não tem razão: tem força, e, por vezes, força bruta. Será que os deputados estão ao serviço do povo e do seu maior bem? Ou ao serviço de uma ideologia qualquer a impor ao povo? Será que ignoram,

Querem festa

Insurgente  Novembro 29, 2015  by  Ricardo Arroja “Governo dá prioridade a revisão da Lei dos Compromissos. Trabalhar sem despesismos, mas igualmente sem o espartilho da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso” ( no Económico online ) A LCPA foi uma das principais medidas legislativas do governo anterior, limitando a assumpção de compromissos de pagamento por parte das autarquias aos seus fundos disponíveis a 90 dias. O objectivo seria limitar a acumulação de compromissos sem provisão orçamental e assim reduzir os pagamentos em atraso das autarquias aos seus fornecedores, uma autêntica imoralidade, e um dos maiores males que o Estado português causa à economia nacional. Passados dois anos e meio desde a sua publicação em DR (Fevereiro de 2012), os resultados práticos da LCPA são (segundo dados da DGO) os seguintes: 1) a dívida não financeira da administração local (isto é, encargos assumidos mas não pagos) passou de sensivelmente 3.000 milhões de euros no final de 2011 par

O antes e o depois

João Marques de Almeida Observador 29/11/2015 Até às eleições de 4 de Outubro, a economia estava a crescer e o desemprego a diminuir. O governo socialista promete mais crescimento e diminuição do desemprego mais rápida. Fico à espera de ver. Na política, há um tempo para lutar e há um momento para aceitar as derrotas. A direita perdeu e agora deve aceitar a derrota. Foi uma derrota amarga e muito difícil de aceitar (sou de direita, por isso sei do que falo). Primeiro, quatro anos no poder a impor medidas de austeridade, negociadas por um governo socialista. Depois, apesar de toda a insatisfação no país, a coligação de direita conseguiu ganhar as eleições. Mesmo assim, não foi capaz de formar governo porque perdeu a maioria absoluta. Como muitos outros, também penso que o governo goza de uma legitimidade política fraca, mas chegou ao poder de uma forma absolutamente constitucional. Não se pode falar em “golpe de Estado”. A partir de agora, entrámos em território político de