Contra a lamúria dos exames

Raquel Abecasis RR online 18-05-2015 18:42
Ao contrário do que tem sido repisado nestes últimos dias, os exames não são nem traumatizantes nem inúteis para os alunos.

Esta é a semana grande para os alunos do 4º e do 6º ano, que fazem, no caso do 4º ano, o primeiro exame das suas vidas.
Ao contrário do que tem sido repisado nestes últimos dias, os exames não são nem traumatizantes nem inúteis para os alunos. A verdade é que esta é uma ocasião para os alunos consolidarem os seus conhecimentos no fim de um ciclo de ensino, antes de passarem para uma fase diferente e mais exigente.
Não é verdade que os exames não acrescentem nada à avaliação contínua. Acrescentam experiência numa área a que não podemos escapar ao longo da vida que é a avaliação instantânea. Como sabemos, esta é fundamental em muitas ocasiões da vida: entrevistas de emprego, momentos de confronto, apresentações públicas, etc.
Argumentar que as crianças são muito novas e que o processo dos exames não traz mais-valias é desconhecer por completo o processo de desenvolvimento de uma criança de nove, dez anos, que já tem capacidade para perceber a importância do momento, estudar para ele e até fazer um esforço suplementar para corrigir erros.
Depois há o argumento de um mau momento na hora do exame. Também essa é uma falsa questão, já que a nota dos exames nesta fase, como todos sabemos, é ponderada com a avaliação contínua e pesa apenas 30% na nota final.
Tudo somado, resta dizer que quem contribui e muito para a má prestação dos alunos são os que atacam este método de avaliação e exercem uma pressão negativa nas crianças, sobrevalorizando os naturais “nervos” pré-exame com discursos sobre ansiedade e traumas psicológicos. Ora, aquela pressão é que contribui para ansiedade e traumas despropositados.

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