Razão



Razão
É a consciência da realidade segundo a totalidade dos seus factores.
L. Giussani

É muito impressionante como as palavras lentamente parecem perder o seu verdadeiro e original significado. A razão é a capacidade humana de tomar consciência da realidade, não apenas da realidade que podemos medir, pesar e analisar no laboratório de Química, mas de toda a realidade.
Veio.me isto a propósito de tantas reações escandalizadas às inúmeras manifestações de repúdio pela decisão da comissão de especialistas do hospital onde está internada a menina-mãe de 12 anos.
A maior parte dessas reacções gritava pelo uso da inteligência, sem se darem conta de que assim insultavam os seus interlocutores. O argumento é deste tipo: "É muito estúpido e só demonstra ignorância não perceber que no caso da menina era nefasta a gravidez para a própria! Usem a cabeça!".
Usar a cabeça é usar a razão. Mas a razão na totalidade dos factores. Não negando o drama da situação, não podemos ignorar que ela não fica resolvida cometendo outra barbaridade.
Não me parece contestável que preconizar a eliminação física de uma criança com 5 meses dentro do ventre de sua mãe é uma forma de pena de morte. É claro que este tempo é hábil em seconder a realidade, chamando a essa eliminação interrupção voluntária da gravidez. Só se interrompe aquilo que se pode retomar e, particularmente neste caso vale a pena perguntar quem é o sujeito da acção voluntária.
Hoje, no cumprimento da minha devoção dos primeiros sábados, de cuja acção reparadora me dei melhor conta há pouco tempo, rezei por esta enorme confusão que reina e que fere e mata, não só crianças inocentes, como os corações de todos os intervenientes e magoa, também, o Coração Imaculado de Maria que olha para tudo isto com enorme trizteza, com certeza.
Pode parecer outra coisa, mas é a mesma coisa. A razão é chamada a olhar para a totalidade dos factores de toda a realidade. A dificuldade de António Costa em lidar com a crítica já é antiga, como se pode ler neste artigo de há três anos.
Não sei se alguma vez conseguimos olhar para todos, todos, os factores da realidade, mas neste artigo, Vasco Pulido Valente, com o seu estilo inconfundível, olha para a questão da TAP com uma perspectiva mais alargada do que já vi em qualquer outra análise.
Finalmente, um jovem meu amigo, comenta esta perda de sentido da vida que lentamente se vai insinuando, a ponto de nos ir tornando cada vez mais egoístas.
Que Nossa Senhora, cujo mês começou ontem, nos ajude a tomar consciência da realidade com a totalidade de que a sua vida é exemplo e testemunho. Avé Maria!
Pedro Aguiar Pinto


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