Dois em um

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
ionline 2014.04.26
Dois novos santos em uma única celebração: no segundo domingo da Páscoa, também chamado de Pascoela, ou ainda da divina misericórdia, dois papas serão canonizados, ou seja, incluídos na lista, ou cânone, dos bem-aventurados aos quais a Igreja, depois de lhes reconhecer virtudes heróicas e o poder de realizar milagres, tributa culto universal.
São João XXIII é, sobretudo, o grande papa que convocou o Concílio Vaticano II e que impulsionou o ecumenismo. Com o seu sorriso e humildade, introduziu um novo estilo eclesial. Coube a São João Paulo II aplicar o Concílio, nomeadamente através do Catecismo da Igreja Católica e do novo código canónico. O papa polaco foi ainda o protagonista da 'conversão' da Rússia, da queda do muro de Berlim e da libertação dos países do Leste. Ambos guardam, também, uma especial relação com Portugal.
Ângelo Giuseppe Roncalli, para além de um muito remoto parentesco com famílias lusitanas, foi, depois de 624 anos, o primeiro sucessor de Pedro a reassumir, como papa, o nome do único papa português, João XXI.
Karol Wojtyla, por sua vez, estabeleceu uma fortíssima relação com Fátima, por ocasião do atentado que padeceu na praça de São Pedro, a 13 de Maio de 1981. A coincidência com o aniversário da primeira aparição mariana na Cova da Iria foi, para João Paulo II, providencial. Desde então, agradeceria à 'Senhora mais brilhante do que o sol' o milagroso resgate da sua vida, identificando-se com a vítima vestida de branco a que se aludia na terceira parte do segredo, revelada em 2000, na beatificação de os beatos Francisco e Jacinta Marto.
A Igreja está de parabéns, mas Portugal também.
São João XXIII e São João Paulo II, rogai por esta terra de Santa Maria, rogai por nós.

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