Brendan Eich? Like!

RR online 09-04-2014 19:55 por José Luís Ramos Pinheiro

Defendo a liberdade, e não proponho a demissão de quem pensa diferente, mas eu estou do lado do senhor Brendan Eich: continuo a ver o matrimónio como uma união entre um homem e uma mulher.

Fixem este nome – Brendan Eich. Trata-se de um gestor norte-americano que acabou de ser forçado a demitir-se da administração da empresa que criou o motor de busca Firefox, apenas duas semanas depois de ser nomeado.
E o que fez de mal este senhor - Brendan Eich - para merecer a demissão? 
Agora, não fez nada. Mas há seis anos tinha feito um donativo de mil dólares, para uma organização na Califórnia que defendia o casamento como uma instituição reservada à união entre um homem e uma mulher.
Seis anos depois, as organizações que alegadamente defendem direitos dos homossexuais desenvolveram uma feroz campanha para que a empresa do Firefox demitisse o seu administrador. E a empresa, alérgica a polémicas e temendo perder clientes, fez-lhes a vontade, pressionando Brendan Eich a sair da administração.
Brendan Eich não usou a empresa (que administrou durante duas escassas semanas) para fazer valer os seus pontos de vista. Limitou-se a exercer em liberdade e em consciência os seus direitos constitucionais, sem envolver a empresa que na altura não administrava. 
Estamos perante uma aberração. A liberdade de uns impede a liberdade de expressão de outros. E, pelos vistos, pode ainda pôr em causa o direito ao trabalho de um cidadão que defenda no espaço público as suas convicções.
Imagine-se o contrário. Que alguém defensor do casamento gay fosse obrigado a demitir-se, por exprimir as suas opiniões e por contribuir financeiramente para uma organização que defenda as mesmas ideias. Perante tal erro, o que não se diria? Quantas vezes ouviríamos falar, nesse caso, do regresso da Inquisição?
Pois bem, algo parecido parece querer impor-se, por uma mão implacável que aspira a transformar as (suas) convicções em pensamento único, subjugando consciências e amedrontando inteligências.
Defendo a liberdade, e não proponho a demissão de quem pensa diferente, mas eu estou do lado do senhor Brendan Eich: continuo a ver o matrimónio como uma união entre um homem e uma mulher. 
Não se trata de uma questão religiosa, mas de um princípio básico do Estado de direito: assegurar a liberdade de expressão, sem que o exercício dessa liberdade ponha em causa a segurança, o emprego e todos os direitos cívicos seja de quem for.

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