O que Churchill nos pode ensinar
RR online 20-09-2012 9:04 por Pedro Leal
A TSU marca o regresso da política. A recuperação da crise parece ser a prioridade, mas já está em segundo plano. O que agora está em causa é a pura luta pelo poder.
Há qualquer coisa que não bate certo. Lá fora, somos um exemplo a seguir. Cá dentro, estamos perto do precipício. A retórica política está errada e é deliberadamente enganosa. Lá fora, porque precisam de bons exemplos. Cá dentro, porque é necessário marcar diferenças.
O “click” da crise foi a TSU, o rastilho, o clamoroso erro, que permitiu agravar o discurso político. As manifestações foram genuínas, o discurso não o está a ser.
Perante uma crise tão profunda, num país normal, não é possível a uma ex-líder de um partido apelar à revolta dos deputados; num país normal, não é possível um parceiro da coligação tirar o tapete ao outro; num país normal, o líder da oposição não pode apresentar como única proposta alternativa um imposto sobre as Parcerias Público Privadas; num país normal, um governo não pode ser tão inábil e impreparado; num país normal, os conselheiros de Estado não estão numa espécie de competição para ver quem melhor condiciona o discurso mediático, esquecendo-se que estão a condicionar o Presidente da República.
Impressiona, por fim, como há uma total ausência de sentido histórico e de incapacidade de se ouvirem vozes calmas e lúcidas, como, por exemplo, a de Adriano Moreira ou a de Silva Lopes.
A TSU marca o regresso da política. A recuperação da crise parece ser a prioridade, mas já está em segundo plano. O que agora está em causa é a pura luta pelo poder.
Com mudanças na TSU ou sem mudanças na TSU, há uma certeza inabalável: todas as políticas de recuperação vão ser dolorosas e vão cair sempre nos mesmos (pois é, lá que está o volume de dinheiro). A retórica política pode esconder isto, mas não o evita: PSD/CDS ou PS, ou ainda qualquer outra conjugação, vão ter que percorrer este caminho.
Com este ou com outro governo, o carregar na retórica só vai ter como consequência uma maior desilusão dos eleitores face aos eleitos e governantes. Este ciclo pode e deve ser quebrado. Para isso os partidos necessitam de operar uma mudança de atitude e de mentalidades. Não é possível continuar no mesmo registo como se esta não fosse uma hora grave. Uma das vitalidades da democracia é a sua permanente possibilidade de regeneração. E ela é possível.
Em 1940, nas vésperas da Batalha de Inglaterra, Winston Churchill manifestou este sentido histórico com grande clareza: “Let us therefore brace ourselves to our duties (…), for a thousand years, men will still say, 'This was their finest hour.'" Se como país estivermos a viver a nossa “Batalha”, que daqui a mil anos a história registe que, no final, este foi um momento de viragem para Portugal.
O “click” da crise foi a TSU, o rastilho, o clamoroso erro, que permitiu agravar o discurso político. As manifestações foram genuínas, o discurso não o está a ser.
Perante uma crise tão profunda, num país normal, não é possível a uma ex-líder de um partido apelar à revolta dos deputados; num país normal, não é possível um parceiro da coligação tirar o tapete ao outro; num país normal, o líder da oposição não pode apresentar como única proposta alternativa um imposto sobre as Parcerias Público Privadas; num país normal, um governo não pode ser tão inábil e impreparado; num país normal, os conselheiros de Estado não estão numa espécie de competição para ver quem melhor condiciona o discurso mediático, esquecendo-se que estão a condicionar o Presidente da República.
Impressiona, por fim, como há uma total ausência de sentido histórico e de incapacidade de se ouvirem vozes calmas e lúcidas, como, por exemplo, a de Adriano Moreira ou a de Silva Lopes.
A TSU marca o regresso da política. A recuperação da crise parece ser a prioridade, mas já está em segundo plano. O que agora está em causa é a pura luta pelo poder.
Com mudanças na TSU ou sem mudanças na TSU, há uma certeza inabalável: todas as políticas de recuperação vão ser dolorosas e vão cair sempre nos mesmos (pois é, lá que está o volume de dinheiro). A retórica política pode esconder isto, mas não o evita: PSD/CDS ou PS, ou ainda qualquer outra conjugação, vão ter que percorrer este caminho.
Com este ou com outro governo, o carregar na retórica só vai ter como consequência uma maior desilusão dos eleitores face aos eleitos e governantes. Este ciclo pode e deve ser quebrado. Para isso os partidos necessitam de operar uma mudança de atitude e de mentalidades. Não é possível continuar no mesmo registo como se esta não fosse uma hora grave. Uma das vitalidades da democracia é a sua permanente possibilidade de regeneração. E ela é possível.
Em 1940, nas vésperas da Batalha de Inglaterra, Winston Churchill manifestou este sentido histórico com grande clareza: “Let us therefore brace ourselves to our duties (…), for a thousand years, men will still say, 'This was their finest hour.'" Se como país estivermos a viver a nossa “Batalha”, que daqui a mil anos a história registe que, no final, este foi um momento de viragem para Portugal.
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