Assim não vamos lá
Negócios on-line , 12 Setembro 2012 | 23:30
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com
Há meses, Paul Krugman, o prémio Nobel preferido da Esquerda, dizia que os salários nos países do sul, nomeadamente Portugal, tinham de baixar 30%. A declaração chocou os apoiantes portugueses mais fervorosos. Como se está a ver, Krugman tinha razão.
Há meses, Paul Krugman, o prémio Nobel preferido da Esquerda, dizia que os salários nos países do sul, nomeadamente Portugal, tinham de baixar 30%. A declaração chocou os apoiantes portugueses mais fervorosos. Como se está a ver, Krugman tinha razão. Basta consultar as estatísticas de Bruxelas, que mostram que a produtividade portuguesa é 70% da média da União, para perceber que os salários têm de baixar… 30%.
Isto são verdades. Incontornáveis. Para Esquerda e Direita. E o dever dos políticos é dizer a verdade. Mas como contam meias-verdades, adoptam medidas meio verdadeiras. Resultado: não funciona. E, por isso, a meio do percurso são obrigados a corrigir o tiro. Com novas medidas. Ora esta é a pior estratégia, porque os cidadãos se sentem enganados. E as oposições (Esquerda e Direita) surfam a onda populista. Resultado: não é apenas o consenso político que se quebra; é o consenso social. Ora como mostram os casos finlandês e sueco, não há revolução (o que estamos a fazer é uma revolução) sem consenso social.
O Governo não disse ao país (com números) quanto teríamos de desvalorizar os salários para a economia entrar num ritmo sustentável. E para complicar as coisas anunciou um novo, e duro, programa de austeridade de forma atabalhoada. O resultado está à vista: quem não percebe de Economia sente-se enganado; quem percebe faz-se de estúpido… e cavalga a onda.
Tudo isto teria poucas consequências se não estivéssemos intervencionados. Mas estamos. E ou fazemos o que nos obrigam (as medidas foram a moeda de troca para a revisão do défice de 2012, 2013 e 2014), ou ficamos sem crédito. É por isso que temos de morder a língua e aguentar. Mas vamos aprender com o erro?
Isto são verdades. Incontornáveis. Para Esquerda e Direita. E o dever dos políticos é dizer a verdade. Mas como contam meias-verdades, adoptam medidas meio verdadeiras. Resultado: não funciona. E, por isso, a meio do percurso são obrigados a corrigir o tiro. Com novas medidas. Ora esta é a pior estratégia, porque os cidadãos se sentem enganados. E as oposições (Esquerda e Direita) surfam a onda populista. Resultado: não é apenas o consenso político que se quebra; é o consenso social. Ora como mostram os casos finlandês e sueco, não há revolução (o que estamos a fazer é uma revolução) sem consenso social.
O Governo não disse ao país (com números) quanto teríamos de desvalorizar os salários para a economia entrar num ritmo sustentável. E para complicar as coisas anunciou um novo, e duro, programa de austeridade de forma atabalhoada. O resultado está à vista: quem não percebe de Economia sente-se enganado; quem percebe faz-se de estúpido… e cavalga a onda.
Tudo isto teria poucas consequências se não estivéssemos intervencionados. Mas estamos. E ou fazemos o que nos obrigam (as medidas foram a moeda de troca para a revisão do défice de 2012, 2013 e 2014), ou ficamos sem crédito. É por isso que temos de morder a língua e aguentar. Mas vamos aprender com o erro?
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