Fim do Princípio
DESTAK | 26 | 09 | 2012 20.09H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt
As guerras não são ganhas com evacuações» (Winston Churchill, discurso na Câmaras dos Comuns, 4 de Junho de 1940). Esta frase é um aviso simples, mas sempre necessário. A Inglaterra tinha conseguido um grande sucesso, retirando face aos nazis triunfantes no continente, através de uma operação audaciosa e heróica. O primeiro-ministro, em vez de um discurso de sucesso, teve a coragem e sensatez de lembrar este princípio simples. Por grandioso que fosse o acontecimento de Dunkirk, o problema continuava por resolver.
Este é um conselho importante no actual momento socio-económico da vida nacional. As recentes manifestações obrigaram o Governo a recuar na subida da TSU. Mas a satisfação de tantos com esse triunfo é tolo. Ouvindo-o, até parece que os inimigos são os ministros e que derrotá-los melhora algo na situação. É importante lembrar que o mal não estava na TSU. Uma vez impedida a sua subida, o desequilíbrio nacional, como as forças nazis do outro lado da Mancha, continua tão ameaçador como sempre. A alegria pela humilhação do Governo, por justificada que seja, nada resolve.
Quer dizer que só houve evacuações? Não. Tivemos também uma «vitória – uma vitória notável e definitiva» (Winston Churchill, discurso na Mansion House, 10 de Novembro de 1942). Desde Junho, e ao fim de mais de 25 anos, as exportações subiram acima das importações. Isto é uma prova que, ao contrário do que tantos dizem, a receita está a funcionar. «Mas isto não é o fim. Nem sequer o princípio do fim. É, talvez, o fim do princípio» (idem).
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