Os novos salvadores
Os sustos no mar não só assustam como matam. Este ano, mais uma vez, os nadadores-salvadores do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) salvaram muitas vidas. O número não é sabido, incluindo as imensas acções bem sucedidas de prevenção.
Mesmo nas praias que penso (erradamente) conhecer bem, pergunto sempre a um nadador-salvador como está o mar: "Quais são os perigos de hoje?" Sou mais vezes surpreendido do que reconfortado. Levam a sério o trabalho, que é de salvar vidas. Quem peca, cem por cento das vezes, são os membros do público que nem sequer obedecem aos limites estabelecidos para a natação.
No PÚBLICO de anteontem, Pedro Sales Dias dava conta de uma inovação igualmente salvífica: uma bóia telecomandada que pode ir buscar pessoas aflitas mesmo em zonas de rebentação próximas de rochas. Em forma da letra U é uma bóia que vai buscar quem quer que seja, utilizando a sabedoria dos nadadores-salvadores sem pôr em perigo a vida deles. É uma invenção de Jorge Noras, um inventor e empresário de Torres Vedras que necessariamente conhece as praias selvagens do Oceano Atlântico do Cabo da Roca para cima. "Substitui", disse José Pedro Aguiar-Branco na praia do Guincho, definindo bem o que também deve ser ministro da Defesa, "a bóia que o ISN usa e que foi inventada no século XVIII".
O ISN acreditou e apostou. No Verão que vem, todos ganharemos com isso. Correr riscos é insensato mas sabe bem. Obrigados a quem torna a coisa menos mortífera.
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