O divórcio de Cavaco

RR on-line, 20081023
Ângela Silva

A promulgação da nova lei do divórcio é um excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais.
Cada vez admira menos que as pessoas estejam fartas de políticos. Casos desoladores não faltam e a promulgação da nova lei do divórcio é um excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais. Vejamos: Cavaco Silva é Presidente da República e tem, entre os seus poderes, o de vetar leis que ache más para o país. Cavaco discordou da nova lei proposta pelos socialistas por ser facilitadora do divórcio. Porquê? Porque ao eliminar o conceito de culpa permite que um dos cônjuges desfaça de 'motu proprio' um contrato celebrado a dois. Com vantagens vastíssimas: quem quer romper só tem que repartir os bens adquiridos, mesmo que tenha casado em comunhão de bens. O divórcio fica mais convidativo e mais fácil. Cavaco é absolutamente contra.O que diz o Presidente? Que a lei ‘’conduzirá a situações de profunda injustiça, sobretudo para ‘’as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores, que ‘’assenta numa realidade social ficcionada’’, que ‘’padece de graves deficiências técnico-jurídicas’’ e que vai ‘’aprofundar situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa’’, penalizando sobretudo os que ‘’tendo cumprido os deveres conjugais ficarão numa situação mais fragilizada’’.E o que fez o Presidente? Vetou-a, como seria de esperar? Não, promulgou-a, apesar dos horrores que diz dela.

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