Entre a vida e a morte
JOSÉ RIBEIRO E CASTRO 31.01.17 JORNAL DE NOTÍCIAS 1. Tem-se insinuado no debate público uma ideia que é um veneno. Veneno não é insulto, é qualificação: é que essa ideia mata. É a ideia da eutanásia legalizada. Agora, está na ordem do dia. Não ponho em causa os sentimentos de quem a defende por dolorosa experiência própria, ou genuinamente condoído por sofrimento que observa ou imagina. O sofrimento humano interpela-nos com dureza, por vezes de forma desconcertante. Abstenho-me de julgar as reações que provoca, sejam quais forem. O problema é reconhecer e atribuir a alguém o poder de matar. Não pode ser. Essa caixa de Pandora não pode ser aberta - nem é preciso abri-la. 2. De forma geral, as ordens jurídicas em que nos enquadramos consideram a eutanásia ilegal há décadas, senão séculos. Só recentemente têm surgido esforços, aqui e ali, para a admitir na lei, como na Holanda e na Bélgica. Escândalo maior, permitiram a eutanásia de menores. Sinal da hipocrisia das instit