Coisa rara nunca vista no país dos contrastes

RR online 18-08-2014 18:52 por Aura Miguel

Na Coreia do Sul aumenta o desenvolvimento e a riqueza. Mas também cresce o número de conversões e aumenta a fé católica, uma realidade impressionante, com cerca de 100 mil baptizados por ano.

Nos países onde há dinheiro, bem-estar, avanço tecnológico e consumo, a fé cristã está em queda. Já para não falar na Europa, onde nem todos são assim tão ricos, mas cujos católicos, em geral, têm mais que fazer do que ir à missa. 

Ora, na Coreia do Sul passa-se exactamente o contrário: quanto mais cresce o país - em desenvolvimento e riqueza - mais cresce o número de conversões e aumenta a fé católica, uma realidade impressionante, com cerca de 100 mil baptizados por ano (entre crianças, jovens e adultos). 

Coisa rara e nunca vista em tempos pós-modernos. E porquê? Os bispos coreanos dizem que a "culpa" é dos milhares de mártires que, há pouco mais de 200 anos, morreram por amor a Cristo. E que agora o seu sangue derramado faz germinar novos cristãos. 

O Papa ficou impressionado com o que viu. Não só pelas multidões que participaram nas missas que celebrou, mas pelo facto de os fiéis estarem ali de alma e coração, sem perder pitada. 

Esta postura dos católicos coreanos remete para dois momentos da visita que provocam a lógica do mundo. 

Primeiro, Francisco beatificou 124 mártires e apontou-os como modelo. O quê? Mártir como modelo nos dias de hoje? Porque não disfarçar a fé e safar-se? Ou talvez condescender com os que estão contra e encontrar um meio-termo, para ficar bem visto na sociedade...? 

Segundo, Francisco visitou, sem pressa, uma casa de acolhimento para crianças gravemente doentes, com profundas deformações e deficiências, muitas delas incapazes de comunicar. Crianças abandonadas pelos pais e pela sociedade coreana que raramente adopta meninos com problemas. 

Então o Papa não tem tanta coisa para fazer? Em tão poucos dias na Coreia e uma agenda tão intensa, logo vai gastar o tempo a saudar cada uma destas crianças e carinhosamente? Podia só entrar, dar a bênção e sair. (Sabe-se lá se elas percebem). 

Uma vez mais a lógica do mundo passa ao lado deste fenómeno. A resposta, no entanto, é bem simples e atractiva, tendo sido claramente testemunhada nestes dias pelo Papa e pelos católicos coreanos. Cristo é o amor mais importante da vida.

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