Sobre o destino das comunidades cristãs no Médio Oriente
José Manuel Fernandes, in Macroscópio, 2014.08.22
Faço agora agulha para uma outra discussão destes dias: a sobre o destino das comunidades cristãs que vivem naquela região; a sobre quem as defende. E começo por destacar precisamente um artigo de Ronald S. Lauder, presidente do Congresso Mundial Judaico. "Who Will Stand Up for the Christians?", interroga-se ele. As questões que coloca na sua peça publicada no New York Times são pertinentes:
Historians may look back at this period and wonder if people had lost their bearings. Few reporters have traveled to Iraq to bear witness to the Nazi-like wave of terror that is rolling across that country. The United Nations has been mostly mum. World leaders seem to be consumed with other matters in this strange summer of 2014. There are no flotillas traveling to Syria or Iraq. And the beautiful celebrities and aging rock stars — why doesn't the slaughter of Christians seem to activate their social antennas?
No Telegraph, Michael Nazir-Ali, bispo anglicano e especialista nas relações do Cristianismo com o Islão, faz um apelo: The West must face the evil that has revealed itself in the Iraq genocide. Noutro jornal inglês, o The Independent, é o académico francês Paul Vallely que chega a uma conclusão ainda mais dura: Christians - The world's most persecuted people. Eis como ele conclui o seu artigo: The reality of being a Christian in most of the world today is very different. It only adds to their tragedy that the West fails to understand that – or to heed the plea of men such as the Catholic Patriarch of Jerusalem Fouad Twal when he asks: "Does anybody hear our cry? How many atrocities must we endure before somebody, somewhere, comes to our aid?"
James Foley era um católico devoto, e alguns analistas atribuíram mesmo a essa sua condição o fato de ter sido ele o escolhido, de entre os reféns do ISIS, para ser martirizado. Não era a primeira vez que tinha sido capturado num conflito, pois na Líbia passou pela mesma experiência. Quando nessa altura foi libertado escreveu um testemunho para ser lido aos alunos da escola em que tinha estudado, um testemunho que todos, mas sobretudo os crentes, apreciarão ler.
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