1 de Agosto de 1914 - Alemanha declara guerra à Rússia
Em 1 de Agosto de 1914, o Império Alemão declara guerra ao Império russo, internacionalizando o que até ali era um conflito regional, dando inicio à I grande guerra.
Quando a 28 de Junho de 1914 nas ruas de Sarajevo é assassinado por um nacionalista bósnio, o arquiduque Franz Ferdinand ( Francisco Fernando ), herdeiro do trono do império Austro-húngaro, chegou aos píncaros a tensão entre as várias potências europeias, mas especialmente entre a Sérvia ortodoxa e o império austro-húngaro católico. O Império austro-hungaro era constituído essencialmente pelos reinos católicos da Áustria e da Hungria, a que se juntavam várias outras «realidades nacionais». O surgimento dos nacionalismos europeus, tinha enfraquecido de sobremaneira o império que se encontrava numa situação extremamente complexa tendo que gerir os intentos separatistas especialmente dos povos eslavos que o constituíam. A Bósnia, com uma população mista católica e ortodoxa, tinha sido ocupada pelos austro-hungaros havia apenas alguns anos, com o intuito de impedir a expansão do nacionalismo sérvio, que prosseguia planos de expansão com o objectivo da formação do velho sonho da «Grande Sérvia». O assassinato de Franz Ferdinand, aumentou ainda mais a tensão entre sérvios por um lado e austro-húngaros por outro. Durante o mês de Julho de 1914, a Sérvia foi responsabilizada pelo incidente e pressionada pelo governo de Viena para que permitisse que a sua policia procurasse os assassinos do arquiduque Franz Ferdinand no seu próprio território. A Sérvia, aceitou quase todas as exigências austro-hungaras, mas recusou permitir o acesso à polícia imperial à Sérvia para participar directamente nas investigações.
De imediato, a Áustria, por pressão dos sectores mais intervencionistas, começou a falar na possibilidade de intervenção contra a Sérvia. A Sérvia sentia-se pelo menos parcialmente protegida pela sua aliança com o Império Russo, com o qual partilhava laços religiosos, dado os dois países serem maioritariamente ortodoxos. Esta relação com a Rússia, levou a Austro-Hungria a contactar a Alemanha, para saber se poderia contar com o apoio do Império Alemão para dissuadir a Russia de intervir. A resposta dos alemães sobre o assunto foi no sentido de ainda tentar evitar conflitos, mas aparentemente houve uma interpretação incorreta da resposta alemã. Existem indicios de que o ministro austríaco da guerra Marechal Alexander Von Korbatin e especialmente o ministro das relações exteriores conde Lopold Von Berchtold que se sabia serem favoráveis à guerra contra a Sérvia, inventaram um ataque por parte de forças sérvias na fronteira. Também por isso se especula que o imperador austríaco foi igualmente enganado sobre as verdadeiras intenções da Alemanha, que inicialmente não estava interessada num conflito de imediato.
Pressionado por causa de um suposto ataque sérvio e convencido de que tinha o apoio do Kaiser alemão, o velho imperador Habsburgo, Franzis Josef I assina a declaração de guerra do império Austro-Hungaro à Sérvia em 28 de Julho de 1914. É no entanto frisar que ainda que a guerra tivesse sido declarada, até ali tratava-se de um conflito regional, entre dois países da Europa central. No entanto, e sem qualquer declaração de guerra adicional, a Rússia decretou de imediato a mobilização geral das suas tropas em preparação para um eventual conflito, dando a entender que apoiaria a Sérvia, seu tradicional aliado. Mobilização russa e alemã: Motor da guerra Acredita-se hoje, que os alemães não estavam muito dispostos a entrar na guerra, mas a rapidez com que a Rússia iniciou os preparativos para a mobilização geral alertou e alarmou os dirigentes alemães, que não a esperavam. A Alemanha exigiu que a Rússia cancelasse a sua mobilização, considerada como uma ameaça, mas ao mesmo tempo que exigia o cancelamento da mobilização russa, a Alemanha decretava também a sua mobilização geral como medida preventiva. A mobilização geral da Alemanha serviu para consolidar a recusa russa, e em 1 de Agosto a Alemanha declarou guerra à Rússia, internacionalizando assim o conflito. Curiosamente, só no dia 6 de Agosto a Austria-Hungria declara guerra à Rússia.
De seguida, funcionou o acordo entre as potências da «Triple Entente» (Rússia, França e Grã Bretanha). Exactamente no dia em que a Alemanha declarava guerra à Rússia, a França decretava a mobilização geral e solicitava à Grã-bretanha que fizesse o mesmo. Inicialmente os britânicos não aceitaram a sugestão e mostraram-se relutantes (ainda que a Royal Navy tivesse decretado mobilização parcial em 29 de Julho), mas a guerra tornava-se já inevitável. A 2 de Agosto a Alemanha envia um ultimatum à Bélgica e exige direito de passagem para as suas forças através daquele país. A recusa belga leva à declaração de guerra. Em 3 de Agosto a Alemanha declara guerra à França e no dia seguinte a França declara guerra à Alemanha. A Inglaterra envia um ultimatum à Alemanha exigindo que os alemães retiram da Bélgica. Perante a recusa, a 5 de Agosto é a vez da Grã Bretanha declarar guerra à Alemanha, enquanto que o pequeno Montenegro, aliado da Sérvia, declara guerra à Áustria. No dia seguinte a Austro-Hungria declara guerra à Rússia e a Sérvia declara guerra à Alemanha. Em apenas uma semana, estavam em guerra a Grã Bretanha, a França, a Bélgica, a Rússia, o Montenegro e a Sérvia de um lado e a Alemanha e a Austro-hungria do outro. Ainda em 1914, e uma semana após a entrada da Grã Bretanha no conflito, o Japão declara guerra à Alemanha para honrar os compromissos que tinha estabelecido com os britânicos, transformando assim uma guerra europeia numa guerra mundial. Mais tarde os desenvolvimentos do conflito levariam a que em 30 de Outubro a Turquia entrasse na guerra ao lado da Alemanha. Em 1915, a Itália entra no conflito ao lado dos aliados a 25 de Maio enquanto que a Bulgária entra na guerra ao lado da Turquia a 5 de Outubro. Em 1916 a 9 de Março, a Alemanha e o Império Austro-Hungaro declaram guerra a Portugal e a Roménia entra na guerra ao lado dos aliados em 28 de Agosto. À guerra na Europa escapam apenas a Noruega a Suécia, a Dinamarca, a Holanda, a Suiça, a Espanha e a Albânia. Embora a Rússia tenha posteriormente saído do conflito, os Estados Unidos declaram guerra à Alemanha em 1917.
Os custos do conflito serão altíssimos e quando a guerra chega ao fim em 1918, quatro impérios tinham desaparecido (Império Alemão, Império Russo, Império Austro-húngaro e Império Otomano) e tinha sido pela primeira vez afirmada a importância dos Estados Unidos para condicionar o resultado de um conflito na Europa.
Dimensão demográfica das principais potências:
Em 1914, o Império Austro-Hungaro, que iniciou a guerra, tem 51 milhões de habitantes, mas é bastante menos poderoso economicamente que o seu vizinho alemão do norte, que tem uma população de 67 milhões.
Ainda assim a sua população é maior que a do Reino Unido (não contado o império), com 46 milhões de habitantes ou da França, que em 1914 tinha uma população metropolitana de 40 milhões.
A superioridade das potência centrais, só se perde, por causa do fator Império Russo, que conta com uma população de 176 milhões.
Mais tarde, o império otomano com uma população de 23 milhões, junta-se às potências centrais.
Em termos de produto interno bruto, ou seja: A riqueza produzida por cada um dos países, a situação é bastante diferente:
Da relação entre a produção e a população, resulta o rendimento per cápita, uma forma de determinar a riqueza efectiva das populações.
A Grã Bretanha aparece destacada como a nação com os cidadãos mais ricos. A Alemanha vem em segundo lugar seguida de perto pela França.
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