Gozar a vida
RR on-line, 2009-04-17
Aura Miguel
Aos 65 anos, é suposto entrarmos na idade da reforma. É suposto trabalharmos pouco ou mesmo nada... para se poder “gozar a vida”!
No caso dos bispos e cardeais, o limite de idade é alargado para os 75 anos. É certo que o critério da eficácia varia de acordo com as instituições e, sobretudo, com o modo como se encara o trabalho… Mas não exageremos! Talvez por isso, o próprio Cardeal Ratzinger, aos 77 anos, tenha pedido para se reformar. Só que a vida trocou-lhe as voltas e, três dias depois de completar 78 anos, foi eleito Papa. Lembro-me que o irmão dele teve medo da carga de trabalho ser pesada de mais para um homem cansado e com alguns problemas de saúde, mas, surpreendentemente, o que vemos hoje?
Vemos um Papa com 82 anos, sereno, atento e acutilante, com um pensamento lúcido e disponível para encontrar-se com os fiéis nos cinco continentes. Um pastor com uma agenda de trabalho impressionante, que encara corajosamente os problemas da Igreja e não cede às pressões dos media. Que segredo é este?
Ele mesmo respondeu, no início do seu pontificado: o segredo é aprender a amar sempre mais Cristo e a Igreja. O amor que ele já tem não lhe basta. Por isso, quer amar sempre mais, como um enamorado. Aos 82 anos, completados ontem - e a poucos dias do 4º aniversário do seu pontificado - Bento XVI surge ainda mais feliz do que era quando foi eleito. E não duvido que goza muito mais a vida do que aqueles que se reformam aos 65 anos!
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