Ainda… a Festa da Família, em Mafra
Isilda Pegado
Voz da verdade, 2014.06.08
1 – Embora tenha ocorrido já no passado dia 25 de Maio a Festa da Família da Diocese de Lisboa, não resisto a voltar a ela.
Perdoem-me a subjectividade das palavras que resultam, como é evidente, do que vivenciei naquele dia e deste empenho que vou tendo pela defesa "da Vida" e "da Família".
2 – A Festa da Família foi um tempo e um lugar de encontro das famílias, de muitas famílias, de muitas idades. Todos temos uma Família. É tão natural como o ar que respiramos. Mas, tal como o "ar" não lhe damos valor senão quando ele nos falta.
Numa época em que, por várias formas se atenta contra a Família, existe como que uma certa "falta de ar". E perguntamos – como refazer a Família? Onde falhamos? A negação da Família traz dor e sofrimento – como sarar essas feridas?
Ora, é no meio de largos milhares de pessoas, unidas por laços de família que voltamos a ter consciência desta natureza e deste dom que diariamente temos.
3 – A Família, para a política ou para o Código Civil é algo de muito complexo (tal como o ar, analisado quimicamente é complexo) mas para o coração do Homem é o seu mais imediato vínculo de relação. E ali, na Festa da Família, isso era intuitivo.
Com todas as dificuldades, desencontros, alegrias e sucessos é na Família que nos revemos e vemos.
4 – E é assim porque o Amor encontra aqui as suas formas maiores – na relação entre os esposos, na relação entre pais e filhos, nas relações de irmãos, etc., etc.
O Homem foi feito para o Amor. Viver o Amor é a melhor forma de mostrar a solução para as dificuldades. O Amor que não se esgota no sensorial e precário mas que investe o Ser todo. O amor que é entrega e acolhimento. É isto a Família, lugar de Amor. Porque Deus é Amor.
5 – Mas esta dimensão do humano – a relação familiar – por ser a mais compensadora é eventualmente também a mais exigente. E por isso, em todas as nossas dificuldades, sabemos que só na relação com algo maior – Cristo – é possível vencer essas dificuldades.
Em Mafra, na Festa da Família, viu-se esta unidade, da condição humana que é abraçada pela Igreja, na pessoa dos seus pastores. Com alegria, entrega e abnegação.
6 – Até a "forma" de organizar o local estava adequado e bonito. Como que a debruar o recinto estavam os "stands" das instituições que há muitos ou poucos anos trabalham em prol da Vida, da Família, da Pastoral, nos movimentos da Igreja, no poder local, no voluntariado e na caridade. Estando no recinto (e na missa final) éramos abraçados por estas realidades (Movimentos, Associações. Paróquias) que no dia-a-dia constroem Família, Sociedade e Vida.
7 – Politicamente, surgiu nos últimos meses alguma preocupação com a Natalidade. Porque de facto, Portugal tem a mais baixa taxa de natalidade do mundo. A desertificação e envelhecimento do País são notórios. Mas, não se fazem filhos por encomenda política ou decreto presidencial…
A vida brota de relações humanas gratificantes e estruturadas. É pela positiva que se há-de fomentar uma nova cultura de Vida. E essa positividade só será encontrada se o homem se confrontar com o seu "sentido", se o homem e a mulher encontrarem algo de Maior que dê significado às noites mal dormidas, às viagens na gaveta, aos jantares sociais cancelados, etc., etc. Porque há algo de Maior.
8 – Uma sociedade individualista e hedonista não é generosa por natureza. Mas, vendo, olhando e ouvindo o que se passou na Festa da Família demos certamente um passo para construir um Homem maior e uma sociedade mais Forte e Feliz.
Um grande Obrigado a todos os que fizeram a Festa da Família em nome da Federação Portuguesa pela Vida.
Comentários