Brincadeiras
Durante anos, quando o dinheiro jorrava de Bruxelas, as nossas elites políticas não se importaram de fatiar a soberania do país em todas as áreas fundamentais (justiça incluída).
A Europa era o nosso destino, dizia-se, e o 'nacionalismo' era coisa de fascistas, comunistas e outros marretas menores.
Agora, com Bruxelas a brandir o chicote, eis que desataram a brotar por aí 'nacionalistas' ferrenhos, para quem a soberania não se vende e os relatórios internos da Comissão Europeia em Portugal – um amontoado de lugares-comuns sobre o segundo resgate, a coesão do governo e o 'activismo' do Tribunal Constitucional – são uma intromissão grotesca na nossa independência.
Quando havia dinheiro, a independência tinha um preço. Quando o cheque passou a vir com condições, a independência voltou a ser sagrada. Percebo. Nós gostamos de brincar à Europa desde que a brincadeira nunca acabe mal.
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