Obama

Destak,13 11 2008 08.01H

João César das Neves

A vitória de Barack Obama nas eleições americanas foi um excelente resultado. A América e o mundo precisam urgentemente de optimismo e inspiração que ele é, sem dúvida, o candidato mais capaz de dar. Que tipo de presidente será, ninguém sabe. Mudou bastante das primárias para a final. Eleito também mudará. Mas o que interessa neste momento é avaliar o sentido do resultado.

Ao contrário do que se diz, a eleição não foi histórica. Mas criou uma oportunidade histórica. De facto, o resultado não prova que o racismo acabou nos EUA. Em vez disso, toda a campanha manifestou que ele está mais vivo que antes. Ao longo do longo processo nunca foi possível ignorar a cor da pele dos candidatos. Tudo passou para segundo plano face à raça. A alegria pela vitória vem da questão racial. Se Obama tivesse perdido ninguém apontaria outra razão senão racismo. Tudo isto não é algo que se passe num país sem racismo. É algo que se passa num país obcecado pelo racismo.

A oportunidade histórica é clara. Se o mandato de Obama correr normalmente, se ele for um bom presidente, ou mesmo só razoável, dará um grande contributo para começar a enterrar a questão racial. Se correr mal, como o do antecessor, acirrará mais os ódios.

Mesmo assim, a Europa tem muito a aprender para controlar a sua própria intolerância. Na noite eleitoral, Obama terminou o discurso de vitória no Grant Park em Chicago dizendo «Que Deus vos abençoe. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América.» Conhecem algum responsável português ou europeu capaz de dizer algo parecido?

João César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

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