Rankings

Henrique Pereira dos Santos, Facebook, 201512.14

Desde que, obrigado pelos tribunais, o governo foi obrigado a ceder os dados das escolas que se fazem listas ordenadas de escolas que pretendem avaliar as melhores e piores.
Desde essa data que há um monte de gente que protesta contra estas listas ordenadas de escolas por, na opinião delas (e contra a evidência dos factos descritos abaixo), só mostrarem que as escolas com alunos de meios sociais mais favoráveis ficam mais bem classificadas. Na opinião deles, as listas ordenadas só servem para estigmatizar (o que eu gosto de ouvir esta palavra nestas discussões, poupa-me imenso trabalho porque já escuso de ouvir os argumentos) os mais pobres e as escolas que recebem os alunos dos meios sociais mais degradados.
É um excelente exemplo da péssima qualidade do debate público, embora neste caso os jornais até nem sejam os principais responsáveis: têm sido os jornais a promover uma discussão sobre a qualidade de ensino que uma boa parte da esquerda acha dispensável para não traumatizar ninguém mas que na verdade prejudica, principalmente, os mais pobres e os que têm no ensino a oportunidade mais consistente para se libertarem da reprodução social.
"Desde 2012, os rankings do Público incluem dados socioeconómicos que evitam o efeito redutor que muitos criticam nestas tabelas. Em 2015, a Universidade Católica, parceira do PÚBLICO para a organização destes rankings, seleccionou os seguintes factores: a percentagem de alunos sem Acção Social Escolar, ou seja menos desfavorecidos, e a habilitação média dos pais (média do número de anos de escolaridade da mãe e do pai do aluno).
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Com estes dados a Universidade Católica calcula o Valor Esperado de Contexto. Ou seja, o valor esperado para aquela escola tendo em conta contextos semelhantes e a proporção de exames de cada disciplina nessa escola.
No ranking do secundário, é possível consultar este valor para cada escola e também saber se ela teve uma média de exames superior ou inferior à esperada. No ranking do ensino básico o indicador indica apenas se a média de exames da escola fica abaixo ou acima do valor esperado.
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Outra novidade é o indicador da Progressão dos Resultados dos alunos. Esta avaliação é feita tanto para o ensino básico como para o secundário. Com este indicador comparam-se os resultados que os alunos de cada escola tiveram nas provas do 9º ano de Português e Matemática com as notas que os mesmos alunos tiveram nos exames dessas disciplinas 3 anos antes (no 6º ano). Ou, no caso do secundário, as notas que os alunos tiveram no 12º ano com as que tinha tido no 9º. A evolução de cada escola é depois comparada com a progressão média registada pelos alunos do resto do país. O indicador mostra se as escolas tiveram uma progressão muito acima da média (25% melhores), muito abaixo da média (25% piores progressões) ou neutra (restantes 50%) .
Uma das vantagens deste indicador é que compara as escolas tendo em consideração o nível académico dos alunos que cada uma recebe."

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