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A mostrar mensagens de novembro, 2013

Mário Soares, Narciso e Santo André

Quem não percebe isto, ou seja, quem vive centrado em si próprio, não sabe que se transforma na imagem reflectida de Narciso , como no quadro de Caravaggio. Teoria da relatividade essencial José Luís Nunes Martins "É comum considerar-se miserável o que se contenta com o que lhe é dado viver... mas, desgraçado será quem que se cega por tanto desejo e se faz infeliz por opção [...] esta interpretação da realidade cria as condições para que possamos apreciar o pouco (muito) de que dispomos e assim encontrar razões para sermos felizes. Sem nunca ter de viver a tristeza profunda das grandes e justas culpas e arrependimentos dos que só se dão conta do valor de algo depois de o perderem. [...] Há cada vez mais gente apática. Como se sofressem de uma espécie de sonambulismo crónico... julgam-se num nível superior de maturidade mas não chegam sequer a ser infantis. Obrigam-se à insatisfação permanente e passam o tempo atentos ao que não têm..." Hoje é dia de Santo André – o

A esquerda e a direita continuam em 1988

Vasco Pulido Valente Público, 30/11/2013 Chegou agora a altura de calafetar a Alemanha. Por aqui, nem a esquerda, nem a direita falaram disso. Continuam ainda em 1988. A UE foi desde o princípio uma ideia utópica, que só podia levar a uma catástrofe. Nascida durante a "guerra fria", tinha por força de ser democrática, na forma e na retórica. Mas nunca deixou de estar sob o domínio do poder dos grandes países que a tutelavam e da burocracia de Bruxelas que os servia. O cidadão da Europa, que tinha um Parlamento para disfarçar, não pesava na política que a França e a Alemanha decidiam a favor do seu interesse nacional e dos seus protegidos. A famosa "solidariedade" que hoje se mendiga sempre se limitou a uma espécie de esmola para garantir a obediência e o sossego dos bárbaros da periferia. Havia em certos meios a ilusão que eles seriam eventualmente educáveis sob a direcção do Norte civilizado. Hoje já toda a gente decidiu que a tentativa falhou. Infelizme

Édito de Milão

O Édito de Milão, promulgado a 13 de junho de 313 pelo imperador Constantino (306-337), assegurou a tolerância e liberdade de culto para com os cristãos, alargada a todo o território do Império Romano. Após um período de grande intolerância e de perseguições oficiais aos cristãos, a medida tomada por Constantino teve enormes consequências na História do Ocidente, marcando o início da aproximação e identificação do Império com o cristianismo, facto que conduzirá, em breve, à proclamação do cristianismo como religião oficial do Estado, por Teodósio, em 380. Dois anos antes em 311, já Galério havia reconhecido oficialmente o cristianismo no Oriente. Os costumes cristãos impõem-se rapidamente na vida social e política. O poder já não persegue os cristãos, favorece-os e ajuda-os. Passa a ser um elemento de coesão do Império, um fator de unidade do Ocidente. Os clérigos beneficiam de imunidade fiscal e é reconhecida a jurisdição episcopal. Constantino estipula ainda o descanso dominical e

O martírio de Santo André, apóstolo

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 2º sermão para a festa de Santo André «Oh cruz há tanto tempo desejada, oferecida agora às aspirações da minha alma, venho a ti com gozo econfiança. Recebe ‐ me com alegria, a mim, discípulo daquele que pendeu em teus braços».  Assim falava Santo André [segundo a tradição] vendo ao longe a cruz que fora erigida para o seu suplício. De onde vinham a este homem alegria e exaltação tão espantosas? De onde provinha tanta constância num ser tão frágil? De onde obtinha este homem uma alma tão espiritual, uma caridade tão fervorosa e uma vontade tão forte? Não julguemos que encontrava tão grande coragem em si próprio; era o dom perfeito que descia do Pai das luzes (Tgo 1,17), daquele que é o único que opera maravilhas. Era o Espírito Santo que vinha em auxílio da sua fraqueza, e que espalhava no seu coração um amor forte como a morte, e mesmo mais forte do que a morte (Ct 8,6). Queira Deus que também nós participemos hoje

O Papa Francisco e a Igreja portuguesa

Mário Soares Público, 30/11/2013 Não deixe que a Igreja portuguesa volte a ser o que foi no tempo do colonialismo e da ditadura... Desde que foi consagrado Papa que considero Sua Santidade o Papa Francisco (de Assis, não Xavier) como alguém de excepcionalíssimo valor. Que ama o próximo como a si mesmo, como dizia Jesus, sobretudo os mais pobres e os mais desfavorecidos. Sejam ou não católicos ou de outras religiões ou de nenhuma, como eu. É, com efeito, um Papa singular porque fala com toda a gente, seja de que religião for ou de nenhuma. Porque, segundo diz, todos são filhos de Deus. Além disso, detesta o capitalismo selvagem que hoje governa a Europa, sobretudo a zona euro, que deixou de ser solidária e igualitária – como sempre foi – e se encontra agora à beira do abismo , como escreveram Helmut Schmidt, Jacques Delors, entre outros, mesmo economistas e prémios Nobel, como Joseph Stiglitz e Paul Krugman. Sua Santidade detesta a a usteridade, imposta pela senhora Merkel,

Teoria da relatividade essencial

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Ionline 2013-11-30 José Luís Nunes Martins A mortalidade dos que amamos devia levar-nos a amá-los com mais verdade. Cada dia é um presente magnífico, mesmo para quem não o reconhece A vida exige ao homem um compromisso com a verdade. É fundamental para a felicidade que se façam corretos juízos sobre cada um dos fragmentos do nosso quotidiano. O ponto de vista é essencial à qualidade do resultado final. Ninguém está a salvo de perder os que ama, os bens que possui ou as suas próprias capacidades...   Devemos refletir de forma séria sobre o que de mau pode ocorrer na nossa vida, contemplar todos os infortúnios possíveis. As mortes e perdas a todos os níveis. Perspetivar todo o mal possível é uma decisão tão drástica quanto eficaz, porque nos revela de forma evidente o que há de bom na nossa vida e nos impele a tirar o possível e devido proveito de tudo isso! A nossa habitual insatisfação leva-nos a um estado de necessidade constante que, por mais alta e meritória que seja

Narciso

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Narciso  Caravaggio (1594-96) óleo sobre tela, 110x92 cm Galleria Nazional dell'Arte Antica, Roma. Narciso era um belo rapaz, filho do deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por ocasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face. Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das mais apaixonadas, não se conformou com a indiferença de Narciso e afastou-se amargurada para um lugar deserto, onde definhou até que somente restaram dela os gemidos. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las. Nêmesis apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, a debruçar-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua

Papa Francisco, outra vez

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Carla Hilário Quevedo Ionline 2013-11-30 O capitalismo tirou milhões de pessoas da miséria, mas a falta de regulação do sistema, as crises financeiras e o desemprego revelaram que os homens não são santos Todos os dias temos algo a dizer sobre o Papa Francisco. Isto acontece por uma razão simples: o sumo pontífice não é adepto do recolhimento, do silêncio nem da solidão. O Papa, este em particular, está virado para fora, para os outros, para um mundo que vive um momento talvez não muito diferente de outros igualmente graves, mas que tem a particularidade de ser aquele em que vivemos. O Papa e nós somos contemporâneos num momento que parece ser de viragem no mundo, mas que parece ainda nebuloso e indefinido, como qualquer tempo que nos está demasiado próximo. O Papa Francisco tem sido de certa maneira "usado" pela esquerda em Portugal como uma voz inesperada que confirma uma ideologia. Assistimos nos últimos dias à loucura generalizada com a sua absolutamente previ

Mário Soares não tem amigos

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Ionline, 2013-11-30 Isabel Stilwell Velhice e poder tornam-nos egocêntricos e casmurros. Some-se a vaidade e o desastre é total. Mas podemos policiar o nosso cérebro, com a ajuda dos outros Capítulo I Se fosse nos tempos dos telegramas, tenho a certeza que teria sido por telegrama que teria recebido a mensagem urgente: "O que é que se passa? O Mário Soares não tem amigos em Portugal?" Fiquei a olhar para o e-mail de um colega jornalista francês, que não dizia mais do que isto, sem saber se havia de rir ou chorar. Estava tudo dito. Mário Soares não tem, decididamente, amigos em Portugal, que o protejam da vaidade e do egocentrismo, que se acentuaram com a idade, do desespero dos holofotes que contagia quem se habituou a viver sob a sua luz, agravados pelo sentimento de inimputabilidade que a velhice traz tantas vezes consigo. Ninguém que o confronte, ninguém que o proteja de ser usado por jornalistas desejosos de uma manchete de jornal, por colegas políticos a quem

«Café suspenso»

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Ionline 2013-11-30 Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Quando fui dar sangue, a enfermeira encarregue da colheita surpreendeu-me com uma estranha pergunta: Qual é a bebida dos padres? Ainda alvitrei o vinho, dados os seus antecedentes bíblicos e as suas conotações eucarísticas, mas sem êxito. Com efeito, segundo a minha interlocutora, a bebida dos padres é o café. Ante a minha surpresa pela sua resposta, justificou-a dizendo que os sacerdotes passam a vida a dizer qu'a fé é dom de Deus, qu'a fé vence todas as dificuldades, qu'a fé é que salva, etc. A história vem a propósito não só do Ano da Fé, findo no passado dia 24 de Novembro, mas também de uma feliz iniciativa, que dá pelo nome de «café suspenso». Originário de Nápoles, mas já presente na Bélgica e em outros países, o «café suspenso» é uma doação dessa bebida a uma pessoa necessitada. Assim, por exemplo, um cliente encomenda e paga dois cafés, um para o seu próprio consumo imediato e o outro «suspenso», ou sej

As raparigas

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Inês Teotónio Pereira Ionline 2013-11-30 Nesta idade os rapazes acham que as raparigas são chatas e as raparigas acham que os rapazes são estúpidos No outro dia a minha filha chegou a casa e declarou o seguinte: "Já não sou amiga da Teresa!" Perguntei-lhe porquê: "Porque a Teresa é amiga da Leonor..." Fiquei na mesma: "Qual é o mal disso?" E é então que ela responde o óbvio mostrando-se um bocadinho impaciente com a minha ignorância: "Então, é que a Leonor não é amiga da Beni!" Foi então, depois deste diálogo elucidativo, que percebi que a minha filha já não era nenhum bebé, era uma rapariga. As amigas, as zangas com as amigas, as sucessivas reconciliações com as amigas, os inúmeros desenhos de coisas "fofinhas", as queixinhas de tudo e de todos e os guinchinhos tomaram conta dela. O desprezo que ela tem pelos rapazes e o tempo que ela demora a pentear-se só para irritar os irmãos e para fazer inveja às amigas, são a confirm

30 de Novembro - Santo André

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O chamamento de Pedro e André Caravaggio (1602-1604) óleo sobre tela. 140 x 176 cm. Adquirid0 po Charles I. RCIN 402824. The Royal Collection © 2008, Her Majesty Queen Elizabeth II

Oração é disponibilidade humilde

A oração tem como primeiro efeito criar em mim as condições de abertura a Deus, de comunhão com Ele, de Lhe abrir a porta. Pedir é dispor-me a receber, não é estar a avisar Deus do que me falta, é abrir o coração para o que Ele sabe que eu necessito e tem para me dar. É um acto de humildade de quem se reconhece carente de amor e graça. Vasco P. Magalhães, sj ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA Um pensamento por dia: ver em tudo o que acontece uma oportunidade de crescimento Edições Tenacitas www.tenacitas.pt http://www.facebook.com/edicoes.tenacitas

Já irrita a conversa do protetorado

Henrique Monteiro Sexta feira, 29 de novembro de 2013 Não sei se foi Paulo Portas quem começou a conversa, mas hoje em dia tornou-se viral. Cada português que fala sobre Portugal coloca um ar sério e diz que estamos num regime de protetorado. Sobre isto convém dizer algumas coisas que ficam escondidas. 1)      O 'protetorado' foi chamado por nós - o Governo anterior pediu ajuda à troika porque não tinha dinheiro; 2)      A troika empresta-nos dinheiro a juros muito mais baixos do que qualquer outra entidade do planeta (depende dos mercados, mas chega a ser menos de metade); 3)      A troika tem-nos sugerido reformas que há muito andavam a ser discutidas entre nós, mas ninguém tinha a coragem de as fazer. Mais: a troika serve de desculpa para políticos cobardes proporem medidas que, caso não fossem cobardes, proporiam de qualquer modo. 4)      Portugal é livre de romper com a troika a qualquer momento, pelo que o 'protetorado' não nos é imposto, ao

Ricos cada vez mais ricos

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Desvio colossal Pedro Romano, 2013-11-29 Tem sido amplamente noticiado o crescimento das grandes fortunas em Portugal. A fonte é a lista anual feita pela revista Exame, que até já está a circular lá fora . Portugal may be mired in a debt crisis, but its 25 richest people got 16 percent wealthier in 2013, with fortunes equivalent to nearly 10 percent of the country's GDP, rankings published Thursday showed. The 25 now have a combined wealth of 16.7 billion euros, according to the data published by Exame magazine. Como é que os multimilionários se tornam ainda mais ricos num cenário de recessão acentuada? A explicação, como se lê na notícia, está na componente financeira da riqueza: acções, obrigações e outros títulos. A bolsa engordou significativamente em 2013, o que faz com que a riqueza líquida dos multimilionários aumente na mesma proporção. Mas a bolsa tende a seguir, ainda que de forma imperfeita, o comportamento da economia. Estando a economia em recessão, é difícil

A culpa não é de António José Seguro

José Manuel Fernandes, Público, 29/11/2013 O PS sofre do mesmo mal dos seus parceiros europeus: não tem programa alternativo para estes tempos complexos e de escassez relativa. Será que Portugal pode sair da crise? Em teoria, pode. Se as regras do euro forem outras, nomeadamente se a zona euro ficar com parte da nossa dívida e se o Banco Central Europeu começar a imprimir euros sem limites. Se, ao mesmo tempo, a Europa nos oferecer um Plano Marshall. Se nos deixarem flexibilizar as metas do défice. E, claro, se os alemães desatarem a consumir mais. Esta listagem não foi imaginada por mim. Resulta da conclusão do longuíssimo artigo que, ao longo de uma semana, dois economistas muito influentes na área socialista – o antigo ministro Manuel Pinho e o possível futuro ministro Manuel Caldeira Cabral – publicaram no Diário de Notícias . Como eles dizem, "se tudo isto acontecer, então, em teoria, é possível".  Tenho dificuldade em imaginar uma tão clara declaração de impot

Do Édito de Milão à actualidade: a religião no espaço público

Édito de Milão by papinto

Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar - Este fim de semana

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  Os Bancos Alimentares Contra a Fome vão realizar uma campanha de recolha de alimentos nos supermercados das zonas onde desenvolvem atividade no próximo fim-de-semana, 30 de Novembro e 1 de Dezembro, com a qual querem mobilizar toda a sociedade para ajudar quem mais precisa. Será também possível contribuir até 8 de Dezembro na campanha “Ajuda Vale”, bastando pedir um vale nas caixas dos supermercados com um código de barras específico para os produtos destinados aos Bancos Alimentares. Segundo Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, ‘todos sabemos as circunstâncias críticas em que muitos portugueses vivem hoje no que toca a carências alimentares; mas também sabemos que é nestes momentos que a solidariedade cumpre ainda mais decisivamente o seu papel, contribuindo para ajudar as famílias com mais necessidades.’ O Banco Alimentar disponibiliza ainda uma plataforma eletrónica em www.alimentestaideia.net para doação de alim

O desespero de Arménio Carlos

Jornal de Negócios , 27 Novembro 2013, 23:05 Camilo Lourenço | camilolourenco@gmail.com Arménio Carlos está entalado. Ele sabe que já perdeu a guerra da contestação à austeridade. É por isso que ensaia todas as semanas uma manifestação contra as medidas que a Troika impôs a Portugal . O líder da CGTP precisa de acções que levem as televisões a fazer aberturas de noticiário com os protestos que organiza. Mesmo que algumas dessas acções não mobilizem mais do que algumas dezenas de pessoas. O que interessa é o barulho que os manifestantes fazem, exactamente quando começam os directos. Para passar a (falsa) ideia de que o país está à beira da ingovernabilidade. Foi isso que o levou a inventar a ocupação de quatro ministérios. Perdida a batalha da votação do Orçamento, era preciso um golpe de asa para manter viva a ideia de contestação. O problema é que Arménio já perdeu a guerra. A maioria dos cidadãos que diz representar está-se a marimbar para a CGTP. E a prova disso é que, e

Carta a Pacheco Pereira – parte I e II

João Miguel Tavares Público, 26/11/2013 Caro amigo, companheiro e camarada Pacheco Pereira: eu escutei com a maior atenção a sua intervenção no encontro intitulado Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social , e há um aspecto ao qual sou – sem ironias – muito sensível: a sua profunda indignação em relação ao que se está a passar no país. O Pacheco Pereira não tinha a ganhar absolutamente nada em estar ali – a esquerda nunca o irá apreciar, e a direita ficou a apreciá-lo um pouco menos –, e por isso a sua presença na Aula Magna foi certamente resposta a um impulso profundo de consciência. Como disse no seu discurso, "os tempos não estão para inércias nem para confortos". Tenho o maior respeito por isso. Mais do que respeitar, ao descrever a "estranha assembleia" que ali se reuniu, percebi de repente que também eu poderia ter lá estado, já que pertenço ao grupo dos que pensam – são palavras suas – que "o memorando, filho da necessidade extr

A última moda na Disney: tornar os malvados simpáticos

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Reflexões sobre o filme "Maléfica", a superprodução e grande aposta da Disney para 2014 Aleteia , 21.11.2013 Kim Scharfenberger A Disney divulgou recentemente o trailer do filme " Maléfica ", com Angelina Jolie no papel de vilã e Elle Fanning na pele da pobre princesa Aurora. A estreia está prevista para maio de 2014. Mas há uma mudança interessante que " Maléfica " está fazendo com relação ao conto da "Bela Adormecida", e que é evidente já no título: desta vez, a história tem como centro a vilã, enquanto a heroína se torna um personagem em segundo plano. A sinopse promete a história jamais contada da vilã mais representativa da Disney . Maléfica é descrita como "uma esplêndida jovem mulher de coração puro que leva uma vida idílica, até que um exército invasor ameaça a harmonia da região. Maléfica se distingue por ser a mais orgulhosa protetora da região, mas no final sofre uma cruel traição, que começa a transformar seu cor