O dia do silêncio
O Sábado Santo é por excelência o dia do silêncio.
É o dia de Cristo Morto que põe à prova a esperança: aquela certeza no futuro por força duma certeza presente.
Desta só é possível fazer memória, porque o Sábado Santo é o dia onde o reconhecimento da Sua presença se torna difícil. Até as igrejas estão despidas e não há qualquer celebração litúrgica.
Só nos resta mesmo a solidão da oração silenciosa.
No mundo que vivemos é cada vez mais difícil, porque as rádios e as televisões, as lojas e o rebuliço da vida parecem fazer esquecer este drama maior da humanidade: Aquele em quem toda a Esperança espera está morto!
Mas ao mesmo tempo, misteriosamente, o nosso tempo assemelha-se ao que aconteceu há dois mil anos: só os que lhe eram mais próximos viveram a angústia deste dia; todos os outros, Jerusalém inteira, guardavam o sábado ritual em preparação da Páscoa; neste nosso tempo, a preparação da Páscoa, é sobretudo, a preparação de uma festa, de cujo significado já nem se está recordado ou que esta camuflado debaixo de costumes importados e pagãos.
Mas é sempre possível fazer silêncio, mesmo no meio do maior rebuliço; um silêncio pessoal que procura “as razões da nossa esperança”.
Ajuda-me ler este texto de don Giussani sobre o silêncio. Procuremos o silêncio neste dia do silêncio. Procuremos tempos de silêncio na nossa vida cheia de coisas urgentes.
É urgente encontrar o silêncio!
Pedro Aguiar Pinto
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