6 de Janeiro - Santos Reis Magos
Adoração dos Magos
Diego Vélasquez (1619)
óleo sobre tela (203x125cm)
Museu do Prado (Madrid)
Os Três Reis Magos ou simplesmente "Os Magos", a
que a tradição deu os nomes de Melchior, Baltazar e Gaspar, são personagens da
narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento (Evangelho de
Mateus). A Escritura diz "uns magos", que não seriam, portanto, reis
nem necessariamente três mas, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da
Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos
presentes oferecidos.
Talvez fossem astrólogos ou astrónomos, pois, segundo consta,
viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o
Cristo. Assim os magos, sabendo que se tratava do nascimento de um rei, foram
ao palácio do rei Herodes em Jerusalém. Perguntaram-lhe sobre a criança mas ele
disse nada saber. No entanto, Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado e pediu
aos magos que, se encontrassem o menino, o informassem, pois iria adorá-lo
também, embora suas intenções fossem a de matá-lo. ….
A estrela, conta o evangelho, precedia-os e parou sobre o local
onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com
grande e intenso júbilo" (Mt 2, 10). Os Magos ofereceram três presentes ao
menino Jesus, ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual
é, juntamente com a própria visitação dos magos, um resumo do evangelho e da fé
cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas
dadas por eles: o ouro pode representar a realeza (eles procuravam o "Rei
dos Judeus"); o incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos
templos para simbolizar a oração que chega a Deus; a mirra, resina antiséptica
usada em embalsamamentos desde o Egipto antigo, remete-nos para o género da
morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no
embalsamamento de Jesus (João 19, 39 e 40).
"Sendo prevenidos em sonhos a não voltarem à presença de
Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2, 12). Nada mais
a Escritura diz sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer
outros documentos históricos sobre eles.
A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o
Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata:
“Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido
de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de
uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltazar era mouro, de
barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
Quanto a seus nomes, Gaspar significa “Aquele que vai
inspecionar”, Melchior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltazar se traduz por
“Deus manifesta o Rei”.
Como se pretendia dizer que simbolizavam os reis de todo o
mundo, representariam as três raças humanas existentes, em idades diferentes.
Segundo a mesma tradição, Melchior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da
realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltazar, mirra em
reconhecimento da humanidade.
A exegese vê na chegada dos reis magos o cumprimento a
profecia contida no livro dos Salmos (Sl. 71, 11): “Os reis de toda a terra hão
de adorá-Lo”.
Devido ao tempo passado até que os Magos chegassem ao local
onde estava o menino, por causa da distância percorrida e da visita a Herodes,
a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de Janeiro. Algumas
Conferências Episcopais decidiram, contudo, celebrar a festa da Epifania no
primeiro domingo de Janeiro (quando não coincide com o dia 1)
Devemos aos Magos a troca de presentes no Natal. Dos
presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus.
Em diversos países a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no
dia 6 de Janeiro, e os pais muitas vezes se disfarçam de reis magos.
Nos países em que a Epifania se celebra neste dia, as
leituras da liturgia são Is 60, 1-6; Sl 71, 2.7-8.10-13; Ef 3, 2-3.5-6; Mt 2,
1-12
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