Ser ou não ser Charlie. Eis a questão
Desde há uma semana que os acontecimentos em França e as sucessivas reacções e acontecimentos consequentes nos obrigam a tomar posição.
O que se passa comigo quando alguma coisa acontece, isto é, quando algum evento imprevisto intervém no meu horizonte de experiência, resulta de uma reacção inevitável, irresistível e, inicialmente involuntária, traduzindo-se num estado de espírito de indiferença, simpatia ou antipatia. Nada existe que, entrando no horizonte do nosso conhecimento, não provoque, suscite ou determine um certo estado de espírito. A palavra que melhor correpsonde a este estado de espírito, reacção ou emoção perante o acontecimento é o sentimento. Por isso, a minha primeira reacção ao atentado terrorista à redacção da revista Charlie Hebdo foi sentimental. Ao longo do tempo, assistimos a muitas reacções que ora veiculam a opinião dominante, o politicamente correcto, ora desassombradamente têm uma posição diferente. Como é que a minha razão, inseparável desta pemanente reacção sentimental ao que vemos e lemos, constrói o seu próprio juízo? Como é que eu decido entre ser ou não ser Charlie?
Os artigos de hoje do Prof. Mário Pinto e do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada, ajudaram-me imenso. De outro modo também me ajudou a ter ideias mais claras o Ensaio: a Rainha das Liberdades. É que para além de tomar partido, a razão exige-me que saiba os fundamentos da minha escolha.
Junto abaixo uma colectânea de todos os artigos que de uma maneira ou de outra se relacionam com este caso. Ser ou não ser é uma questão existencial e, por isso, implica cada um de nós na primeira pessoa
Pedro Aguiar Pinto
Dossier Charlie Hebdo
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