Ser ou não ser Charlie. Eis a questão



Desde há uma semana que os acontecimentos em França e as sucessivas reacções e acontecimentos consequentes nos obrigam a tomar posição.
O que se passa comigo quando alguma coisa acontece, isto é, quando algum evento imprevisto intervém  no meu horizonte de experiência, resulta de uma reacção inevitável, irresistível e, inicialmente involuntária, traduzindo-se num estado de espírito de indiferença, simpatia ou antipatia. Nada existe que, entrando no horizonte do nosso conhecimento, não provoque, suscite ou determine um certo estado de espírito. A palavra que melhor correpsonde a este estado de espírito, reacção ou emoção perante o acontecimento é o sentimento. Por isso, a minha primeira reacção ao atentado terrorista à redacção da revista Charlie Hebdo foi sentimental. Ao longo do tempo, assistimos a muitas reacções que ora veiculam a opinião dominante, o politicamente correcto, ora desassombradamente têm uma posição diferente. Como é que a minha razão, inseparável desta pemanente reacção sentimental ao que vemos e lemos, constrói o seu próprio juízo? Como é que eu decido entre ser ou não ser Charlie?
Os artigos de hoje do Prof. Mário Pinto e do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada, ajudaram-me imenso. De outro modo também me ajudou a ter ideias mais claras o Ensaio: a Rainha das Liberdades. É que para além de tomar partido, a razão exige-me que saiba os fundamentos da minha escolha.
Junto abaixo uma colectânea de todos os artigos que de uma maneira ou de outra se relacionam com este caso. Ser ou não ser é uma questão existencial e, por isso, implica cada um de nós na primeira pessoa
Pedro Aguiar Pinto

Dossier Charlie Hebdo
Charlie e eu Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
Ensaio: A Rainha das Liberdades Gonçalo Almeida Ribeiro
Islão bom, Islão mau Paulo de Almeida Sande
Separar as águas… João Távora
Não Matar Vasco Mina
Liberdade religiosa Inês Teotónio Pereira
O nosso modo de vida Maria Fátima Bonifácio
Da blasfémia ao terrorismo: um caminho sem retorno... Pe. Gonçalo Portocarreo de Almada
Je ne suis pas Charlie. José Maria Duque
Hoje somos todos Charlie Hebdo José Manuel Fernandes

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