encontrado na Casa de Sarto Salve, nobre Padroeira Do Povo, teu protegido, Entre todos escolhido, Para povo do Senhor. (Coro - intercalado) Ó glória da nossa terra, Que tens salvado mil vezes, Enquanto houver Portugueses, Tu serás o seu amor. Com tua graça e beleza Um jardim não ornas só, Linda flor de Jericó, De Portugal és a Flor! Flor de suave perfume, Para toda a Lusa gente, Entre nós, em cada crente Tens esmerado cultor. Acode-nos, Mãe piedosa, Nestes dias desgraçados, Em que vivemos lançados No pranto, no dissabor. Lobos famintos, raivosos O teu rebanho atassalham, As ovelhas se tresmalham, Surdas à voz do pastor. Da fé a lâmpada santa, Que tão viva outrora ardia, Se teu zelo a não vigia, Perde o restante fulgor. Ai! da Lusa sociedade, Se o sol do mundo moral Se apaga… Ó noite fatal! Ó noite de negro horror! És a nossa Padroeira, Não largues o padroado Do rebanho confiado A teu po
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(Desculpe, mas quis partilhar consigo o meu último editorial e não encontrei outra forma; dê o uso pessoal que entender...)
Natal sem menino...
Torna-se já um hábito, para os que vão estando mais atentos ao desenrolar da vida e dos acontecimentos, comentar o progressivo apagamento cultural das tradições, das datas e das memórias. É nos momentos de especial significado que se torna mais patente esta “limpeza” civilizacional, que nos leva a esquecer a história e o sentido das coisas e das personalidades. O que construímos durante séculos, o que celebrámos e vivemos outrora, vai-se transformando em vazio de conteúdos, em pasta informe de gestos e ritos, que destroem pela raiz o fundo cultural em que nos movemos. Quase sempre, o lugar da substituição é ditado pela moda, pelo consumismo e pela ausência de reflexão que dita quase todos os passos do nosso stress de viver.
Nos últimos anos, algumas vozes bradam no deserto, chamando a atenção para os valores fundamentais da festa do Natal, para o perigo do materialismo dominante apagar a imagem do que realmente interessa. Parece que o perigo passou, ultrapassado pela própria realidade. O Natal não tem já qualquer sentido de “nascimento”, de menino, de paz ou de simplicidade e ternura. Em vez de nascimento, tem compras. Em vez de menino, tem velho de barbas brancas. Em vez de paz, tem barulho frenético de campanhas de pseudo-solidariedade em competição, não pela dádiva da nossa ternura, mas por mais compras, mais mediatismo e mais euros. Como se tudo se resumisse a isso...
Luís Miguel Ferraz