Maternidade
Ana Kotowicz
ionline 31 Mar 2015
A história de Rachel Reeves passou despercebida em Portugal. Se nas eleições de 7 de Maio os Trabalhistas formarem governo, é muito provável que Rachel, 36 anos, se torne ministra. Poucos dias depois irá de licença de maternidade. O nascimento está previsto para Junho e Rachel admitiu que se lhe for oferecido um cargo no governo aceitará. Com o mesmo à-vontade, garantiu que irá gozar a licença.
Os Conservadores entraram em polvorosa – Cameron distanciou-se e diz não ver problema algum em ter uma grávida no governo – e Rachel foi apelidada de tudo. “Mulher estúpida” foi um dos mimos, quando foi posta em causa a sua capacidade de ser ministra e mãe ao mesmo tempo. As mulheres não são todas iguais, mas as decisões que tomam sobre carreira e maternidade servem sempre para serem julgadas.
As que juntam o maior número de dias possível para tratar dos filhos são mães-galinhas. As que voltam logo ao trabalho são egoístas. Estamos em 2015. O que as mulheres ganharam, depois de anos de luta foi o direito à escolha. Susana Díaz vai governar a Andaluzia e fez campanha grávida do primeiro filho. Angelina Jolie retirou os ovários para evitar que os filhos percam a mãe para o cancro. Sisa Abu Daooh vestiu-se de homem durante 40 anos para poder trabalhar e alimentar a filha. As mulheres não são todas iguais e as suas decisões espelham essa diferença. O que deveríamos discutir é por que razão ser pai e ministro ao mesmo tempo nunca é um tema controverso.
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