Mortos-vivos

João Pereira Coutinho
Correio da manhã, 26-08-2012 1:00:00


O meu caso com a RTP não começa com este governo. Começa com a própria Constituição.


Defesa, justiça, saúde – tudo isso são áreas legítimas de actuação do Estado. Entreter os metecos e, supremo horror, produzir informação para eles – só mesmo em Cuba ou na Coreia do Norte.
É por isso que o modelo audiovisual em discussão – concessionar a RTP 1, acabar com a RTP 2 – aligeira a dor, mas não cura a doença. A RTP devia ser privatizada ou extinta, sem meios termos. E, sobretudo, sem que houvesse um tostão dos contribuintes a garantir uma renda anual de 140 milhões de euros aos senhores que se seguem. Este valor constitui até uma poupança, como disse António Borges? Admito que sim.
Como também admito que concessionar ocanal por termo alargado dilui a influência directa do poder sobre a informação. Mas esse não é o ponto. O ponto estava em acabar com um anacronismo da ditadura, não em garantir--lhe uma meia vida em democracia.

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