Festas de verão: saiba quanto sai do seu bolso

48 mil euros gastos em pulseiras e 11 mil euros em bruxas. Quase 120 mil euros por dia é o preço da animação desta época do ano

As festas de verão deste ano estão a custar quase 120 mil euros por dia aos portugueses. Segundo uma consulta ao portal dos contratos públicos online, entre 1 de junho e 15 de agosto foram gastos 9.112.600 milhões de euros em feiras, festivais e outros eventos organizados por entidades públicas. Mas atenção: nem todos os contratos são divulgados e estes são apenas os valores programados, que não contam com eventuais derrapagens.

A Expofacic de Cantanhede foi a iniciativa mais cara entre as que se encontram disponíveis na pesquisa do portal BASE. A maior fatia destinou-se ao pagamento dos artistas que aí atuaram, como Mika, Pablo Alborán e David Carreira (209.785 mil euros). Mais de 192 mil euros foram gastos em equipamentos, quase 85 mil euros serviram para a divulgação do evento, cerca de 50 mil euros foram para segurança, 42 mil euros para a luz e o som e 12 mil euros para o fogo de artifício. No total, a Expofacic custou 590.299,5 mil euros à Inova, a empresa municipal de Cantanhede.

Em segundo lugar aparece o IX Encontro de Culturas e Mercado Cultural, para o qual a autarquia de Serpa gastou 70 mil euros na sua «organização e gestão», 47 mil euros em promoção e um total de 405 mil euros só na «conceção, agenciamento e produção» da iniciativa.

A Viagem Medieval de Santa Maria da Feira, cujas despesas ultrapassaram os 377 mil euros, pagas pela empresa municipal Feira Viva, completa o pódio. Entre refeições, alojamento e serviços de animação, gastaram-se quase 130 mil euros. Para os materiais e a limpeza foram destinados cerca de 155 mil euros. A promoção do evento na RTP custou quase 15 mil euros e os Bombeiros Voluntários da Feira receberam 22 mil euros para garantir o socorro no recinto. Mas há despesas mais bizarras: foram compradas «pulseiras em tecido de controlo de acessos» no valor de 48.400 mil euros, por ajuste direto, a uma empresa austríaca, e a «aquisição de bilhetes de alta segurança», comprados à Imprensa Nacional Casa da Moeda, custou 8.900 mil euros. Segundo um comunicado da autarquia, o evento acabou por conquistar quase 500 mil euros só em bilhetes.

As feiras medievais são, aliás, uma moda nesta altura do ano. Até na pequena freguesia de Belver (Gavião), com menos de 700 habitantes, a X Feira Medieval teve direito a 39.990 mil euros. Já em Montalegre a tradição manda celebrar as sextas-feiras 13, como aconteceu em julho. Só em «bruxas decorativas» foram gastos 11.355,3 mil euros e para os artistas Boss AC e Homens da Luta foram 21.575 mil euros. No total, a Câmara dispensou quase 90 mil euros.

Os artistas são dos que mais lucram. Tony Carreira surge no topo dos mais bem pagos: recebeu 46 mil euros da empresa pública de Olhão e 42 mil euros do município de Cinfães, por exemplo. Na Feira da Vinha e do Vinho, em Anadia, Quim Barreiros, Carminho, Aurea e André Sardet arrecadaram 44.400 mil euros, tendo este último recebido a maior parte.

O verão lisboeta custou um total de mais de 535 mil euros em festas populares, dos quais 10 mil foram destinados a cadeiras e quase 11 mil a sanitários. A conta foi paga pela
EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. Cerca de 249 mil euros destinaram-se ao Festival do Marisco em Olhão e mais de 216 mil euros à 49ª feira de artesanato do Estoril. Para as festas da vila de Corroios foram mais de 186 mil euros, para a Feira do Cavalo da Bairrada em Oliveira do Bairro foram quase 111 mil e para o Festival MED, em Loulé, um total de 107.550 mil euros. O Festival da Sardinha em Portimão vai custar 92500 mil euros, a AgitÁgueda 67828 mil e a Expotrofa 67479,67 mil euros.

Vamos ainda às pequenas excentricidades: o município de Montemor-o-Novo pagou sete mil euros pelo aluguer de um autocarro panorâmico para a Feira da Luz e o município de Oleiros gastou 50 mil euros em espetáculos piromusicais. Haja dinheiro.

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