O Natal não é uma campanha
Miguel Alvim
Portugal tem a alma doente.
Uma empresa com responsabilidades, líder do retalho em Portugal (dona de mais de 700 lojas em Portugal e com 39.400 colaboradores ao seu serviço), decidiu partilhar connosco a sua concepção de Natal.
Para a SONAE, o Natal é uma diversão.
Uma diversão atrevida e sensual.
De ginásio pop foleiro e adereços rascas de licra.
É a mensagem deprimente e má (porque falsa), da campanha comercial para a época do humano-animal Popota - mascote da insígnia Modelo agora integrada no universo Continente -, ao som de uma adaptação da música On The Floor, de Jennifer Lopez.
Uma campanha que está maciçamente presente em televisão, rádio, imprensa, internet e exterior.
Alegadamente, o conceito “remete para uma viagem pelos vários mundos da Popota, através de vários cenários que marcam as brincadeiras das crianças”.
Infelizmente, este apelo não nos remete nem para as crianças, nem para a sua santa inocência, nem para o sagrado acontecimento do Natal de Jesus Cristo.
Devolve-nos, antes, para uma verdade gravemente lesada e ofendida.
Como é óbvio trata-se de uma vergonhosa aplicação comercial que troça de coisas sérias e importantes, um indutor de consumo que a Sonae descarregou (vomitou) na praça pública.
Esta “coisa” só merecia uma coisa do povo católico, a verdadeira revolução nos seus hábitos de consumo e no panorama comercial português (tal como dizia a implementação do primeiro hipermercado português pela SONAE, em 1985): um maciço e definitivo boicote.
É Natal.
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