26 de Dezembro

Todos os anos revivo com nostalgia este fim de festa que sinto no dia 26 de Dezembro. Mais do que em qualquer outra ocasião no dia a seguir ao Natal sinto o fim de um contentamento que enche o coração mas que não permanece. Quer isto dizer que o Natal é triste porque acaba? Ou quer antes dizer que a nossa condição humana não se satisfaz com coisas e tempos finitos e tem dentro o desejo de infinito? Estamos a viver a primeira civilização ateia e, por isso, já não é fácil colocar com lealdade a hipótese de Platão.
A sabedoria da Igreja coloca no dia 26 de Dezembro a festa de Santo Estevão, diácono e mártir. A mim ensina-me duas coisas: que a alegria do nascimento e o drama da morte, às vezes violenta, fazem ambas parte da vida; e esta é para ser vivida, como serviço, seguindo o modelo de Santo Estevão, provavelmente poupados ao martírio, mas na alegria persistente e anónima do burro do presépio.

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