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DESTAK|2011.02.24
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
Imagine que uma qualquer potência internacional tinha como propósito destruir a imagem portuguesa no exterior. Dificilmente poderia ter melhores resultados nesse sinistro propósito do que os que o nosso Governo conseguiu nos últimos meses.
Na sua subida sabedoria, o executivo erigiu há meses como finalidade suprema evitar recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Das duas uma: ou Portugal não está em dificuldades financeiras, caso em que esse objectivo faz todo o sentido, ou esse Fundo é um meio perver-so de ataque aos países, não se entendendo então o voto positivo dado pelo Governo português à sua criação em Maio passado.
Mais estranho ainda, todas as esperanças do executivo português estão numa eventual proposta de reforço e flexibilização do mesmo Fundo, ideia que anda a saltitar nos meios europeus, mas que os países endinheirados têm compreensível relu-tância em aceitar.
Ou seja o Governo português, que afirma a pés juntos não haver qualquer necessidade de o país recorrer ao FEEF, está ansioso por aceder a uma versão aliviada. Mas não serão as medidas do Fundo convenientes ao país? Isso torna claro que a questão, afinal, não é financeira. É mediática. O que está em causa é o impacto que a ajuda terá na imagem do país. Ou será na imagem pessoal dos ministros e política do Governo?
Entretanto a imagem na-cional vai-se degradando nos mercados, precisamente porque fica claro que o desequilíbrio financeiro é a última prioridade do nosso executivo, apostado como sempre num jogo de espelhos.

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