Optimismo para resolver problemas

DN 24 Outubro 2010

"Vivemos num país onde persiste a cultura do pessimismo e onde passamos a vida a queixar- -nos, muitas vezes, injustamente e de coisas insignificantes." Maria do Carmo Oliveira, psicóloga clínica e fundadora do Clube do Optimismo, diz que os portugueses precisam de querer ter esperança para enfrentar a crise.

"Ver a vida de maneira negativa só leva à destruição da auto-estima e da motivação." O movimento, diz, tem de ser exactamente no sentido contrário. "Se formos positivos, isso repercute-se no bem--estar geral do País. Seremos pessoas mais energéticas, mais comunicativas, com mais vontade de superar as dificuldades, que passamos a ver como desafios e não como limitações."

Por isso, defende a psicóloga, "é preciso criar e promover ambientes onde se trabalhe a psicologia positiva e se divulguem programas de optimismo".

No DN deixa 10 passos que prometem ajudar a enfrentar as novas medidas de austeridade e os tempos difíceis que se aproximam.

1 Decidir e comprometer-se É preciso tomar a decisão de que se quer ser optimista e assumir o compromisso de mudar. Abandonar o papel de vítima da crise e contrariar o marasmo é o primeiro passo: mudar o rumo da vida, ser pró-activo, nunca desistir de encontrar trabalho, definir estratégias de poupança e cumpri-las ou procurar persistentemente novas formas de aumentar o rendimento familiar.

2 Pensar positivo e manter a esperança Substituir pensamentos negativos por ideias positivas. É importante pensar "eu vou conseguir arranjar trabalho", "tudo vai correr bem", "vou conseguir ultrapassar esta fase difícil". Acreditar nas coisas boas é o caminho para encontrar as soluções para os problemas e chegar ao sucesso.

3 Valorizar o lado bom das coisas Acreditar que há sempre um lado positivo em tudo e procurar os aspectos favoráveis, apesar da crise. Devemos sentir- -nos gratos por termos saúde e o mínimo para alimentar a família. E pensar que há quem não tenha essa sorte. A gratidão leva ao entusiasmo e gera bem-estar.

4 Firmeza na mudança. Não se acomodar aos velhos hábitos. É necessária firmeza para os substituir por atitudes mais positivas. Se tiver de cortar nas despesas, como nas férias ou nos jantares fora, faça-o com firmeza e sem arrependimentos, mas evite faze-lo tudo de uma vez.

5 Nada de queixumes Verbalizar aspectos negativos torna-os mais fortes: leva à desmotivação e apatia. Se nos queixarmos do trabalho e da vida, os outros também vão lamentar-se. Falar de coisas alegres dá energia para enfrentar e inventar formas de contornar o aumento do custo de vida e diminuição dos salários.

6 Conviver com pessoas optimistas Rodear-se de pessoas bem-dispostas e com atitude positiva é muito útil. Permite um incentivo mútuo para superar adversidades e trocar soluções para problemas. É na crise que se encontram novas ideias de negócio e a partilha de ideias ajuda.

7 Fazer exercício físico Fazer ginástica ajuda a melhorar o estado de espírito e aumenta o bem-estar. Pode ser uma boa desculpa para sair de casa e ir pessoalmente entregar currículos. É preciso abrir horizontes e ter energia para começar de novo.

8 Gerir os recursos. Os rendimentos das famílias estão a baixar, tal como o padrão de vida. É preciso gerir os recursos e definir prioridades. Pode começar-se por poupar na electricidade, criar uma conta-poupança ou procurar actividades em que não se gaste dinheiro.

9 Rir. Uma boa gargalhada pode fazer milagres. Aprender a rir das coisas menos boas e a sorrir para os outros ajuda a manter a atitude positiva. Os adultos esquecem-se de rir e a simpatia é um dos requisitos para se ser contratado.

10 Ser solidário. Participar em acções de solidariedade não implica apenas a doação de dinheiro. As acções de voluntariado e a ajuda ao outro elevam o bem--estar, a auto- -estima e a sensação de ser útil à sociedade.

 

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