O rei vai nu

DESTAK |27 | 10 | 2010   20.58H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
No que toca ao sexo, vivemos um tempo doentio. A ausência de regras é a única regra admissível, o prazer é o propósito absoluto e todas as formas de o obter, por mais aberrantes, são equivalentes.
O comportamento marialva e devasso são hoje a norma e esta ditadura cultural é esmagadora. Anúncios comerciais, programas escolares, séries juvenis, literatura erudita e investigação pseudo-científica, tudo impõe a atitude dominante, que antes só se ouvia em tabernas e prostíbulos.
Esta ideologia hedonista e irresponsável (dê-se-lhe o nome que sempre teve: porcalhona) é não só popular mas apregoada a níveis oficiais. Especialistas, pedagogos e psicólogos dedicam a carreira a promover nos jovens um deboche higiénico.
Isso é que é saudável! Até o Governo, embrulhado em crises insolúveis, arranja tempo para repetidamente regulamentar a fornicação dos seus súbditos.
Só existe uma posição inaceitável: a defesa da castidade, pureza e temperança, que é dominante em todas as épocas e culturas, excepto hoje no Ocidente. Defender a decência é «conservador» e constitui o supremo pecado.
Qualquer observador imparcial vê que isto não pode ser sensato ou sustentável. A história regista casos paralelos de cegueira ideológica, com gerações obcecadas temporariamente por uma posição extremista e desequilibrada, embora raramente em tema tão nuclear.
Esta é a lição da genial história do jovem Hans Christian Andersen (1805–1875), As Roupas Novas do Imperador, publicada a 7 de Abril de 1837 em Copenhaga. Mas aqui a nudez do rei é mesmo pornografia.

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