Bento XVI apela ao diálogo entre fé e ciência

Ecclesia, 2010-10-29
Papa destaca importância da verdade na investigação científica e fala numa «Razão omnipotente» que sustenta o mundo
Bento XVI defendeu esta Quinta-feira, no Vaticano, a importância da busca da verdade na investigação científica, apelando ao diálogo entre fé e ciência.
“Os resultados positivos da ciência do século XXI dependerão em larga medida da capacidade do cientista em buscar a verdade e aplicar as descobertas de forma a que vão de mão dada com a busca do que é bom e justo”, disse.
Falando aos participantes na assembleia plenária da Academia Pontifícia das Ciências, o Papa pôs em realce os pontos de contacto entre a fé a pesquisa científica.
“Os cientistas não criam o mundo. Procuram imitar as leis que a natureza nos manifesta. A experiência dos cientistas como seres humanos é, portanto, a da percepção de uma lei, de um logos”, precisou.
Para o Papa, este dado “leva-nos a admitir a existência de uma Razão omnipotente, diferente da do homem, que sustenta o mundo”.
“Este é o ponto de encontro entre a ciência natural e a religião. Como resultado, a ciência torna-se um lugar de diálogo, de encontro entre o homem e a natureza, e potencialmente, até mesmo entre o homem e o seu Criador”, acrescentou.
Bento XVI considera que o progresso científico deve ser sempre realizado em vista “da fraternidade e da paz” para ajudar a resolver os “grandes problemas da humanidade”.
“A tarefa da ciência era e continua a ser uma procura paciente e ao mesmo tempo apaixonada da verdade, acerca do cosmo, da natureza e do ser humano”, afirmou.
Esta busca, assinalou, “pode conhecer sucessos e insucessos”, “pode viver momentos de exaltação quando se descobrem aspectos complexos da natureza, mas também de humildade quando teorias que se pensava terem descoberto alguns fenómenos se revelam pelo contrário apenas parciais”.
O Papa reafirmou a estima da Igreja pelos investigadores e a gratidão pelos seus esforços, que continua a encorajar.
“A Igreja está convencida que, em definitivo, a actividade científica recebe benefícios do reconhecimento da dimensão espiritual do homem e da sua procura de respostas ultimas”, indicou.
Por outro lado, sublinhou que “também os cientistas apreciam cada vez mais a necessidade de abrir-se à filosofia para descobrir o fundamento lógico e epistemológico da sua metodologia”.
(Com Rádio Vaticano)

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