ACEGE lançou «Fundo Bem Comum»

Iniciativa quer promover emprego sustentável para pessoas com mais de 40 anos

A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) apresentou hoje, dia 27 de Outubro, em Lisboa, o «Fundo Bem Comum» que visa promover e apoiar projectos empresariais de desempregados ou pré-reformados com mais de 40 anos.
Estimular o empreendedorismo e a economia nacional, fomentando o emprego sénior, para aquelas pessoas que, apesar de ainda terem capacidades para contribuir para o desenvolvimento social, se viram atiradas para o desemprego são os principais objectivos do Fundo.
O seminário de apresentação da iniciativa teve como tema “Nunca é tarde para recomeçar”, reunindo nas instalações da Caixa Geral de Depósitos cerca de 250 pessoas, entre empresários, economistas, políticos e cidadãos interessados.
De acordo com António Pinto Leite, presidente da ACEGE, a iniciativa resulta de um “olhar para a sociedade portuguesa, onde há muito sofrimento, tendo a associação escolhido um ponto desse sofrimento, o desemprego, focando-se naquelas pessoas com mais de 40 anos que têm perfil empreendedor, estão tristes mas não conformadas, que batem às portas e que as encontram fechadas”.
De facto, o FNC destina-se a apoiar projectos empresariais de desempregados ou pré-reformados, dentro daquela faixa etária, e que sejam considerados como sustentáveis no futuro.
“Queremos sobretudo estimular o empreendedorismo social” realça o presidente da ACEGE, em declarações à Agência ECCLESIA, mostrando-se confiante de que haverá uma adesão significativa da parte das pessoas.
“Temos indicações de que haverá neste universo de quadros médios e superiores que estamos a querer atingir, cerca de 50 a 60 mil pessoas, e dentro deste número há cerca de 5 mil com perfil empreendedor. Portanto, ao ouvir isto, vão reagir e é nesses que estamos a apostar” sublinha António Pinto Leite.
O FBC vai ser gerido por uma sociedade de capital de risco, a Sociedade Bem Comum (SBC) com um capital inicial de 2,5 milhões de Euros, aplicado em parte iguais pelas cinco instituições bancárias que colaboram no projecto: Banco Espírito Santo, Grupo José de Mello, Caixa Geral de Depósitos, Grupo Santander e Montepio Geral.
Nuno Fernandes Thomaz, membro da direcção da ACEGE, é quem terá como responsabilidade liderar a sociedade. Na sessão de apresentação, explicou que “os objectivos da iniciativa passam pelo estímulo da economia e pela promoção do bem comum”, atendendo a uma faixa da população que é, muitas vezes, esquecida pelo mercado de trabalho.
“Se alguém for despedido com 40 anos, certamente que terá muitas dificuldades em arranjar emprego e o que está em causa é impedir o desaproveitamento de recursos humanos valiosos”, reforça o mesmo responsável.
O presidente da SBC deixa no entanto o aviso de que “a gestão deste projecto seguirá sem margem para cedências a impulsos caritativos”, antes procurará “primar pelo rigor, apoiado num conjunto de parceiros que, de formas gratuita, irão garantir que só projectos sustentáveis e capazes serão apoiados”.
A empresa Morais Leitão Galvão Teles Soares da Silva & Associados vai funcionará como consultora legal da SBC, enquanto que a KPMG & Associados será a auditora do projecto.
Quanto àqueles que apoiam com o FBC com o capital, ou seja, os bancos, há a ideia unânime de que esta grave crise financeira que Portugal atravessa exige medidas novas e inovadoras, e essa foi a razão principal pela qual aderiram a esta causa.
As entidades bancárias estiveram representadas no Seminário através dos respectivos presidentes ou administradores, tendo Vasco de Mello, presidente do Grupo José de Mello e vice-presidente do Conselho de Investimento do FBC, realçado que “a única forma de aumentar a escala de investimento agora disponibilizado será garantindo que os projectos tenham sucesso, chamando mais investidores”.
A partir de hoje, quem quiser apresentar o seu projecto de trabalho, desde que cumpra os requisitos delineados pela ACEGE, poderá fazê-lo através do site oficial do FBC.
A ACEGE garante que não há sectores privilegiados para receberem os apoios, apenas ressalva que propostas ligadas à área da Restauração não deverão ser contempladas.
Todos os projectos que não caibam no âmbito do FBC serão, no entanto, encaminhados para outras entidades, garantindo que não ficarão na gaveta.

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