Temos futuro
RITA FONTOURA OBSERVADOR 25.10.2017
Os políticos passam, graças a Deus, mas o povo fica e é feito de gente que sente e sofre. Gente que se entrega sem querer receber louros. Gente verdadeira que faz o que tem que ser feito, sem alaridos
Nesta última semana participei em duas manifestações apartidárias, convocadas para dar a conhecer a tristeza e a revolta dos portugueses face aos mais de 100 mortos vítimas dos fogos. Infelizmente estávamos poucos.
Os portugueses sentem, sofrem mas não se manifestam em massa excepto se levados a isso por organizações partidárias ou por sindicatos que põem em acção a sua máquina de fazer manifestações.
Vale a pena pensar porquê. Estou convencida que é por uma razão simples: não acreditam que sirva para alguma coisa. A grande maioria dos deputados da nossa Assembleia da República parece aos portugueses, ter como primeira vocação manter o lugar, o chamado poleiro. Até aqueles partidos cuja máquina de marketing leva muitos a pensar que existem para servir o povo, na hora de estar ao lado do povo tremem e escolhem a manutenção do poder sem correr riscos.
Nas manifestações apartidárias não vi caras conhecidas excepto em Lisboa a Laurinda Alves e no Porto o Rui Moreira. O que se passa? Não estamos todos indignados? Não sentimos todos a injustiça do que se passou? Não queremos todos mostrar às famílias dos que morreram que sentimos vergonha mas também solidariedade?
Concluo que os portugueses têm razão, não vale a pena. Mas também têm coração e grande. É que no silêncio e no anonimato têm trabalhado voluntariamente junto das populações. De forma mais ou menos organizada, através da Caritas, dos Bombeiros, das Juntas de Freguesia, de diversas outras organizações, jovens e adultos têm angariado bens dos mais diversos, têm consolado, têm trabalhado nos inventários, nas entregas de bens. Têm-se entregue com pura generosidade e amor.
Por isso digo que temos futuro. Porque os políticos passam, graças a Deus, mas o povo fica e é feito de gente que sente e que sofre. De gente que se entrega sem querer receber louros. De gente verdadeira que faz o que tem que ser feito, sem alaridos. Gente que deixa para os governantes a função de show off que aparentemente exercem com perícia, e conquista para si a função mais nobre que é trabalhar pelos outros.
Hoje acordei feliz com este pensamento. O povo pode não saber escolher quando toca à política, pode viver por vezes apático, não se dando conta de tanta coisa má que se anda a passar nas áreas da educação, da saúde e outras. Sim, mas o povo português tem coração, tem amor para dar e isso é o principal. Somos bons e portanto capazes de fazer melhor:
Temos futuro, temos gente boa e pronta para trabalhar. Não há que vacilar!
Engenheira de sistemas
Os políticos passam, graças a Deus, mas o povo fica e é feito de gente que sente e sofre. Gente que se entrega sem querer receber louros. Gente verdadeira que faz o que tem que ser feito, sem alaridos
Nesta última semana participei em duas manifestações apartidárias, convocadas para dar a conhecer a tristeza e a revolta dos portugueses face aos mais de 100 mortos vítimas dos fogos. Infelizmente estávamos poucos.
Os portugueses sentem, sofrem mas não se manifestam em massa excepto se levados a isso por organizações partidárias ou por sindicatos que põem em acção a sua máquina de fazer manifestações.
Vale a pena pensar porquê. Estou convencida que é por uma razão simples: não acreditam que sirva para alguma coisa. A grande maioria dos deputados da nossa Assembleia da República parece aos portugueses, ter como primeira vocação manter o lugar, o chamado poleiro. Até aqueles partidos cuja máquina de marketing leva muitos a pensar que existem para servir o povo, na hora de estar ao lado do povo tremem e escolhem a manutenção do poder sem correr riscos.
Nas manifestações apartidárias não vi caras conhecidas excepto em Lisboa a Laurinda Alves e no Porto o Rui Moreira. O que se passa? Não estamos todos indignados? Não sentimos todos a injustiça do que se passou? Não queremos todos mostrar às famílias dos que morreram que sentimos vergonha mas também solidariedade?
Concluo que os portugueses têm razão, não vale a pena. Mas também têm coração e grande. É que no silêncio e no anonimato têm trabalhado voluntariamente junto das populações. De forma mais ou menos organizada, através da Caritas, dos Bombeiros, das Juntas de Freguesia, de diversas outras organizações, jovens e adultos têm angariado bens dos mais diversos, têm consolado, têm trabalhado nos inventários, nas entregas de bens. Têm-se entregue com pura generosidade e amor.
Por isso digo que temos futuro. Porque os políticos passam, graças a Deus, mas o povo fica e é feito de gente que sente e que sofre. De gente que se entrega sem querer receber louros. De gente verdadeira que faz o que tem que ser feito, sem alaridos. Gente que deixa para os governantes a função de show off que aparentemente exercem com perícia, e conquista para si a função mais nobre que é trabalhar pelos outros.
Hoje acordei feliz com este pensamento. O povo pode não saber escolher quando toca à política, pode viver por vezes apático, não se dando conta de tanta coisa má que se anda a passar nas áreas da educação, da saúde e outras. Sim, mas o povo português tem coração, tem amor para dar e isso é o principal. Somos bons e portanto capazes de fazer melhor:
Temos futuro, temos gente boa e pronta para trabalhar. Não há que vacilar!
Engenheira de sistemas
Comentários