O desejo de poder é uma fraqueza
JOSÉ LUIS NUNES MARTINS rr.sapo.pt 06.10.17
Os homens revelam-se mais e melhor quando têm poder. O seu valor (ou a falta dele) é mais evidente quando não têm grandes constrangimentos exteriores. Se queremos conhecer o interior de alguém, basta dar atenção às suas decisões e às suas obras quando tem ao seu dispor muitas possibilidades.
Os jogos de poder não são batalhas onde disputamos a verdade. Procura-se, de várias formas, alcançar uma posição de domínio de onde, quase sempre, julgamos ser capazes de definir a verdade. A verdade é só uma e não depende do que se diga dela.
Alguns erguem torres com as quais querem chegar ao céu, mas em pouco tempo a sua própria ambição as faz cair de tão cegos que ficam. Porque o poder alimenta ainda mais o desejo de poder. Querem submeter o mundo, mas ao cederem às tentações tornam-se escravos dos seus apetites mais rasteiros.
A vontade de poder não é uma força, é, antes sim, uma fraqueza, que, sem humildade, se esforça por parecer o que não é.
Os homens revelam-se mais e melhor quando têm poder. O seu valor (ou a falta dele) é mais evidente quando não têm grandes constrangimentos exteriores. Se queremos conhecer o interior de alguém, basta dar atenção às suas decisões e às suas obras quando tem ao seu dispor muitas possibilidades.
As mentiras exploram sempre as possibilidades de manipular a opinião alheia. A falsidade entranha-se a um tal ponto que alguns dos seus protagonistas deixam de ser capazes de distinguir o que é real do que não o é.
A verdade não depende do poder, não tem relação com maiorias ou minorias. A verdade não é democrática. Assim, pouco importa se são muitos ou poucos os que partilham a nossa posição. O importante é sermos capazes de descobrir e agir de acordo com a verdade, e quando isso não for possível, então que tenhamos a coragem de continuar à procura.
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