Aura Miguel, RR on-line, 080620
Estão na moda as distracções organizadas, misturadas com uma certa infantilização que, em vez de libertar a pessoa, a reduzem a um produto fragmentado de uma cultura que vive do ”zapping” e do ruído.
“Do tempo livre à libertação do tempo” é o sugestivo nome de um documento que a Igreja Católica acaba de publicar, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
O objectivo é ajudar a discernir o valor e a dimensão do tempo na nossa vida. É que o tempo, de facto, só é livre quando realmente liberta da vertigem e correria em que vivemos. Se não for assim, o chamado tempo livre pode reduzir-se a mero entretenimento e até mesmo a uma sistemática distracção do essencial.
Estão na moda as distracções organizadas, com propostas mais ou menos cansativas do tempo livre, misturadas com uma certa infantilização que, em vez de libertar a pessoa, a reduzem a um produto fragmentado de uma cultura que vive do ”zapping” e do ruído.
Então, como é que o tempo nos traz maturidade? Só nos libertamos – lê-se neste documento da Igreja – quando a dimensão temporal se abrir à eternidade e nunca cancelarmos (nem sequer nas férias) as questões essenciais da vida.
Aura Miguel
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