Infante Santo, 14 de Junho

Painel do Infante (Santo), Nuno Gonçalves, Museu Nacional de Arte Antiga

D. Fernando, Infante de Portugal
Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.
Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
A esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro de mim a vibrar.
E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.
de: A Mensagem, Fernando Pessoa


Nasceu em Santarém, a 29 de Setembro de 1402, e era filho de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Muito bom e religioso, o Papa Eugénio IV ofereceu-lhe em 1434 o Chapéu de Cardeal, que D. Fernando por humildade recusou. Em 1437, fez parte da expedição a Tânger, caindo prisioneiro dos mouros que o enviaram para Arzila. Passados 7 meses em que exigiram para seu resgate a entrega de Ceuta, foi posto a ferros em Fez e martirizado durante seis anos, falecendo a 5 de Julho de 1443. A resignação com que D. Fernando sofreu os maus tratos aplicados pelos Mouros fez com que a tradição portuguesa lhe aplicasse a designação de Infante Santo.

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