25 de Novembro no ensino, s.f.f.

Expresso, 080405
Henrique Raposo
henrique.raposo79@gmail.com

No campo do ensino, Portugal ainda não saiu do PREC. Existe uma vanguarda marxista que tudo controla a partir do Ministério. Os professores deviam vestir a pele de comandos pedagógicos e fazer um 25 de Novembro na educação
A autoridade do professor nasce de um «trade-off»: o professor transmite conhecimento ao aluno e, em troca, recebe o respeito do dito aluno; o aluno respeita o professor porque sabe que precisa do dito professor para absorver o conhecimento necessário. Sucede que o Ministério da Educação português destruiu esta velha troca. Hoje, o conhecimento é irrelevante na avaliação do aluno. Toda a gente sabe que os adolescentes acabam o secundário sem saber escrever correctamente. Os professores estão ‘proibidos’ de chumbar os alunos mesmo quando estes não sabem escrever. Chumbar um aluno é um acto ‘reaccionário’ - eis a verdade absoluta que os burocratas e pedagogos do Ministério impuseram aos professores. Perante isto, os alunos deixaram de respeitar o professor. Naturalmente: já não é preciso ‘aprender’ para passar de ano.
Desde 1976, os pedagogos do Ministério trouxeram para a escola pública a infantilidade da moral marxista. Este marxismo aplicado à pedagogia só vê duas coisas: os maus/opressores (os professores) e os bons/oprimidos (os alunos). E qual é a autoproclamada missão destes pedagogos? Resposta elementar: libertar os alunos do jugo reaccionário dos professores (e dos pais). Durante trinta anos, este ‘eduquês’ marxista preparou aquilo que hoje vemos todos os dias nas nossas escolas: a ditadura da criançada (a versão brincalhona da ditadura do proletariado). O Ministério matou propositadamente a autoridade pedagógica e disciplinar dos professores.
No campo do ensino, Portugal ainda não saiu do PREC. Existe uma vanguarda marxista que tudo controla a partir do Ministério. Os professores deviam vestir a pele de comandos pedagógicos e fazer um 25 de Novembro na educação. E deviam fazer esse 25 de Novembro com o seguinte lema: ‘Escola pública não é sinónimo de ensino centralizado’. Os professores de Braga ou de Loures não devem obediência aos burocratas confortavelmente sentados na cadeira ideológica da Av. 5 de Outubro.
Mentiram sobre a globalização
Os europeus não têm dado o devido destaque a um fenómeno novo: a aquisição de grandes empresas europeias por parte de companhias asiáticas. Por exemplo, a Tata (empresa indiana) adquiriu a Jaguar. E por que razão esta mudança de paradigma económico não merece destaque na Europa? Porque a vitalidade asiática nega a narrativa do costume sobre a globalização. Durante as últimas décadas, os europeus deixaram-se embriagar pelo seguinte cacho de mitos retirados da vulgata marxista: a globalização não passa de imperialismo ocidental; a globalização enriquece os ocidentais e empobrece o resto do mundo. Mas os factos são sempre uns velhacos para as vulgatas esquerdistas. E o que dizem os factos? Que a globalização está a enriquecer o tal resto do mundo. A prova está aí: empresas europeias em bolsos asiáticos.
São imensas as causas que explicam a ascensão asiática e o declínio ocidental. Destaco apenas uma: nas escolas asiáticas, os professores são todos ‘reaccionários’, isto é, têm autoridade pedagógica e disciplinar sobre os seus alunos.

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