Terceira semana do Advento, domingo: Alegria
A vida não deve ser um fardo. A vida não é um problema a resolver. É uma bênção a celebrar.
Todas as dimensões da vida, todos os seus ganhos e perdas são motivo de celebração, porque cada uma delas nos torna mais próximos da sabedoria e da plenitude da compreensão.
A partir de todo e qualquer momento da vida, aprendemos alguma coisa que nos torna mais vivos, porque sabemos agora mais do que sabíamos anteriormente. A perda e a solidão, a escuridão e a depressão cauterizam a alma e limpam-na do sentimento de autossuficiência. O sofrimento orienta-a para o Deus da vida.
E a generosidade, a beleza e a abundância, do mesmo modo. Elas dão-nos a degustação da plenitude. São as manifestações palpáveis da bondade de Deus nas nossas vidas. Mas todas estas coisas vêm espontaneamente. Não são sinais, nem do nosso pecado, nem da nossa falta de pecado. São, simplesmente, sinais de que o Deus da vida é um Deus vivo e amoroso.
Aprender a celebrar a alegria é um dos maiores exercícios da vida espiritual. Confirma a nossa confiança em Deus. Afirma a grandeza da Criação. Sela a nossa dependência de Deus. Testemunha a beleza do presente e afirma a nossa confiança na beleza do futuro. Reconhece a misericórdia e o amor de Deus.
Todos os anos, ao celebrarmos os nossos aniversários e os aniversários daqueles que amamos, somos chamados a recordar a própria dádiva da vida. Tiramos um tempo para nos perguntarmos o que fizemos com as nossas vidas, e o que fizemos pelos outros através delas. Vemos de novo o potencial que tem cada uma das vidas que existem no mundo.
Quando celebramos as coisas boas da vida, reportamo-las ao Criador que oferece amor e sustento, sem mérito nosso, de mãos abertas, para além da grande bondade da comunidade, e que estão, por natureza, na base da condição humana.
A alegria dá-nos força para enfrentar o desconhecido. Leva-nos ao vazio da vida com esperança no Deus das surpresas e com um sorriso nos lábios.
Joan Chittister
In O sopro da vida interior, ed. Paulinas
14.12.13
In O sopro da vida interior, ed. Paulinas
14.12.13
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