O homem do ano da revista Time é o Papa Francisco. Infelizmente, não é o verdadeiro Papa Francisco
Daily Telegraph, 12 Dezembro, 2013
Pedro Aguiar Pinto (trad.)
Há dois Papas. Um é Francisco como ele é realmente: o pastor espiritual da fé Católica, o homem escolhido para defender e articular a fé da Igreja. O outro é Francisco tal como o "establishment" liberal gostaria que ele fosse: um cruzado humanista na eminência de transformar a Igreja Católica socialmente aceitável nos jantares de festa de Manhattan. Adivinhem qual Papa Francisco, a revista Time acabou de nomear como Figura do Ano?
O escritor católico Billy Newton argumenta porque é que o Papa da Time não é o Papa real, com duas observações pertinentes. Primeiro, a revista chama-lhe O Papa do Povo – como se o pontífice pudesse ser outra coisa qualquer, ou como se todos os que estão diante dele fossem distantes aristocratas que comem pobres ao pequeno almoço. Em segundo lugar, a Time está obcecada com sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo sexy. Será que o Papa aprova a homossexualidade? Será que ele fará com que o aborto seja menos errado? Será que ele distribuirá profiláticos às multidões do Rio, atirando-os do helicóptero papal como se fosse confetti numa parada? Ou ,no mínimo, deixe de falar acerca de sexo e deixe os católicos lidarem com a sua vidas sexual em paz?
É claro que é totalmente correcto ter uma discussão aberta acerca de pedofilia e dos crimes dos clérigos. Todos estamos entusiasmados com a ideia de que o Papa irá limpara a Igreja. Mas as únicas pessoas obcecadas com a posição Católica em questões de sexualidade são os media mais em voga. Eu posso testemunhar que desde a minha conversão ao catolicismo há seis anos, nunca OUVI um padre falar de questões sexuais (cm excepção do aborto) a partir do púlpito. Não, os únicos que medem a liberdade humana pela quantidade de sexo livre de consequências que podem ter são os jornalistas de esquerda. Como Billy nota ao ler o perfil da Time:
Fui … confrontado pelo facto de os media seculares estarem absolutamente obcecados com sexo. Isto não deveria talvez surpreender, uma vez que dificilmente se pode esperar que um leopardo mude as suas pintas. Para quem, como os Católicos que frequentemente são caracterizados como se estivessem prisioneiros numa repressiva cápsula de tempo, os Católicos do meu círculo parecem ter uma compreensão muito melhor integrada da sua sexualidade do que aqueles que têm uma necessidade insaciável de falar permanentemente não apenas da sua, mas da de todos os outros.
Amen, irmão.
A peça da Time compreende mal Francisco e o conteúdo funcional da sua tarefa. Andou a pescar os detalhes da sua biografia à procura de todas as pequeninas ambiguidades que ele tenha alguma vez dito porque presume que a Igreja é uma extensão da vontade de um homem. Não é. É, de acordo com a doutrina católica, o corpo místico de Cristo. É o Caminho, a Verdade e a Vida tal como se descobrem pela revelação, pelas escrituras e pela tradição. Não é guiada exclusivamente por um homem mas pelo Espírito Santo. Não pode errar, mudar de opinião ou ceder de acordo com a moda porque é um instrumento divino e Deus não muda de opinião. Peço desculpa se esta linguagem parece um pouco religiosa, mas é de uma Igreja que estamos a falar aqui – não de um partido político ou de uma empresa. Como tal, não pode ser reduzida a biografia.
Isso, porém, é o que os liberais querem fazer. Uma aliança não sagrada de filosofia de esquerda e do apetite dos media pelo espectáculo correm o risco de transformar este humilde servo de Deus numa celebridade do século 21: o Barack Obama da Igreja Católica.
Fiquei satisfeito quando vi a Time pôr Francisco na sua capa porque qualquer coisa que ponha as pessoas a pensar em fé é saudável. Mas também fiquei desapontado ao vê-lo processado e re-imaginado através da lente dos media. O que é estimulante neste Papa é que ele calmamente agita a alma lembrando-nos dos ensinamentos essenciais da Igreja. Desinteressante é a obcecação com o momento em que ele irá voltar a ser fotografado ou quando é que ele ordenará Jane Fonda cardeal. Por favor foquemo-nos no que realmente conta.
Pedro Aguiar Pinto (trad.)
Há dois Papas. Um é Francisco como ele é realmente: o pastor espiritual da fé Católica, o homem escolhido para defender e articular a fé da Igreja. O outro é Francisco tal como o "establishment" liberal gostaria que ele fosse: um cruzado humanista na eminência de transformar a Igreja Católica socialmente aceitável nos jantares de festa de Manhattan. Adivinhem qual Papa Francisco, a revista Time acabou de nomear como Figura do Ano?
O escritor católico Billy Newton argumenta porque é que o Papa da Time não é o Papa real, com duas observações pertinentes. Primeiro, a revista chama-lhe O Papa do Povo – como se o pontífice pudesse ser outra coisa qualquer, ou como se todos os que estão diante dele fossem distantes aristocratas que comem pobres ao pequeno almoço. Em segundo lugar, a Time está obcecada com sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo sexy. Será que o Papa aprova a homossexualidade? Será que ele fará com que o aborto seja menos errado? Será que ele distribuirá profiláticos às multidões do Rio, atirando-os do helicóptero papal como se fosse confetti numa parada? Ou ,no mínimo, deixe de falar acerca de sexo e deixe os católicos lidarem com a sua vidas sexual em paz?
É claro que é totalmente correcto ter uma discussão aberta acerca de pedofilia e dos crimes dos clérigos. Todos estamos entusiasmados com a ideia de que o Papa irá limpara a Igreja. Mas as únicas pessoas obcecadas com a posição Católica em questões de sexualidade são os media mais em voga. Eu posso testemunhar que desde a minha conversão ao catolicismo há seis anos, nunca OUVI um padre falar de questões sexuais (cm excepção do aborto) a partir do púlpito. Não, os únicos que medem a liberdade humana pela quantidade de sexo livre de consequências que podem ter são os jornalistas de esquerda. Como Billy nota ao ler o perfil da Time:
Fui … confrontado pelo facto de os media seculares estarem absolutamente obcecados com sexo. Isto não deveria talvez surpreender, uma vez que dificilmente se pode esperar que um leopardo mude as suas pintas. Para quem, como os Católicos que frequentemente são caracterizados como se estivessem prisioneiros numa repressiva cápsula de tempo, os Católicos do meu círculo parecem ter uma compreensão muito melhor integrada da sua sexualidade do que aqueles que têm uma necessidade insaciável de falar permanentemente não apenas da sua, mas da de todos os outros.
Amen, irmão.
A peça da Time compreende mal Francisco e o conteúdo funcional da sua tarefa. Andou a pescar os detalhes da sua biografia à procura de todas as pequeninas ambiguidades que ele tenha alguma vez dito porque presume que a Igreja é uma extensão da vontade de um homem. Não é. É, de acordo com a doutrina católica, o corpo místico de Cristo. É o Caminho, a Verdade e a Vida tal como se descobrem pela revelação, pelas escrituras e pela tradição. Não é guiada exclusivamente por um homem mas pelo Espírito Santo. Não pode errar, mudar de opinião ou ceder de acordo com a moda porque é um instrumento divino e Deus não muda de opinião. Peço desculpa se esta linguagem parece um pouco religiosa, mas é de uma Igreja que estamos a falar aqui – não de um partido político ou de uma empresa. Como tal, não pode ser reduzida a biografia.
Isso, porém, é o que os liberais querem fazer. Uma aliança não sagrada de filosofia de esquerda e do apetite dos media pelo espectáculo correm o risco de transformar este humilde servo de Deus numa celebridade do século 21: o Barack Obama da Igreja Católica.
Fiquei satisfeito quando vi a Time pôr Francisco na sua capa porque qualquer coisa que ponha as pessoas a pensar em fé é saudável. Mas também fiquei desapontado ao vê-lo processado e re-imaginado através da lente dos media. O que é estimulante neste Papa é que ele calmamente agita a alma lembrando-nos dos ensinamentos essenciais da Igreja. Desinteressante é a obcecação com o momento em que ele irá voltar a ser fotografado ou quando é que ele ordenará Jane Fonda cardeal. Por favor foquemo-nos no que realmente conta.
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