População
Miguel Morgado
RR on-line 17-05-2011 13:38
Só na última década abandonaram Portugal 700 mil pessoas em busca de paragens mais prósperas. Estes números só têm um paralelo histórico na vaga migratória dos anos 60.
Segundo estimativas do economista Álvaro Santos Pereira, só na última década abandonaram Portugal 700 mil pessoas em busca de paragens mais prósperas. Estes números só têm um paralelo histórico na vaga migratória dos anos 60, os anos do império colonial, da autocracia salazarista, da imensa prosperidade europeia e da guerra no ultramar.
O paralelo já é suficientemente preocupante, tanto no que tem de revelador como sintoma da triste condição do País, como causa de efeitos económicos indesejáveis. Mas há dois aspectos que tornam a vaga migratória dos nossos tempos mais problemática do que a dos anos 60. Em primeiro lugar, hoje não nos despedimos apenas de gente pouco qualificada.
Temos também uma saída em massa de pessoas altamente qualificadas que desesperam quando contemplam as oportunidades que o seu país lhes oferece. É a isto que chamam a “fuga de cérebros”, e as consequências para o desenvolvimento nacional não são bonitas.
Mas, em segundo lugar, nos anos 60 a taxa de natalidade nacional era substancialmente mais elevada do que a dos nossos dias. O que significa que os actuais movimentos migratórios acentuam a nossa crise demográfica e aceleram o envelhecimento da nossa sociedade. Tudo isto complica as nossas possibilidades de rejuvenescimento económico e de financiamento das instituições do Estado Social que nos são caras.
Podemos estar já diante da perspectiva terrível de uma estabilização de longo prazo de declínio populacional. Agora que avançamos para a campanha eleitoral talvez valha a pena pensar nisto.
O paralelo já é suficientemente preocupante, tanto no que tem de revelador como sintoma da triste condição do País, como causa de efeitos económicos indesejáveis. Mas há dois aspectos que tornam a vaga migratória dos nossos tempos mais problemática do que a dos anos 60. Em primeiro lugar, hoje não nos despedimos apenas de gente pouco qualificada.
Temos também uma saída em massa de pessoas altamente qualificadas que desesperam quando contemplam as oportunidades que o seu país lhes oferece. É a isto que chamam a “fuga de cérebros”, e as consequências para o desenvolvimento nacional não são bonitas.
Mas, em segundo lugar, nos anos 60 a taxa de natalidade nacional era substancialmente mais elevada do que a dos nossos dias. O que significa que os actuais movimentos migratórios acentuam a nossa crise demográfica e aceleram o envelhecimento da nossa sociedade. Tudo isto complica as nossas possibilidades de rejuvenescimento económico e de financiamento das instituições do Estado Social que nos são caras.
Podemos estar já diante da perspectiva terrível de uma estabilização de longo prazo de declínio populacional. Agora que avançamos para a campanha eleitoral talvez valha a pena pensar nisto.
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