Sábado, 16 de Setembro São 9 horas, levantei-me para ir trabalhar no C.Saúde da Lapa (sou enfermeira), quando dou de caras com o meu filho mais velho. - "Mãe, ontem a corrida correu mal o Fernando Quintela foi colhido, não resistiu e morreu". - "O quê? Como? Morreu?!" A minha reação foi de horror e de escândalo... Podia ter sido o meu filho, pensei. Fui trabalhar e as lágrimas não paravam de me correr. Como é que é possível? Que faço agora? Obrigo-o a desistir? Como não tinha respostas para estas questões que me perseguiam entreguei-me ao trabalho até às seis da tarde juntamente com uma colega (com quem já não trabalhava há uns anos) e as duas cuidámos 44 doentes. Foi mesmo bom esse turno! Fico sempre a ganhar quando me coloco ao serviço dos que sofrem e vim bem mais calma para casa. Decidimos, eu e o meu marido, acompanhar o nosso filho nesta dor de ter perdido um amigo e não falar de mais nada. Domingo, 17 de Setembro Missa em Alcochete por…
OBSERVADOR 09.11.2017 É pediatra há 50 anos e defende um modelo onde se privilegia a relação dos bebés com os pais. João Gomes-Pedro diz que está na hora de se criar um Ministério da Criança.
Aos 78 anos, diz que vai deixar de dar consultas, mas é difícil imaginar que assim seja, tal é a forma apaixonada com que fala sobre o modelo de touchpoints que promove, defende e ensina. Um modelo em que os pediatras não se limitam a ver se está tudo bem com a saúde da criança, mas a conversar com os pais, a ouvir-lhes as inquietações, a dar-lhes confiança e principalmente a explicar-lhes que quando se cresce, as coisas desorganizam-se para que se aprenda um pouco mais. Por isso, quando o bebé quer andar, vai desleixar o sono e dormirá pior. Mas aprendeu a andar. Quando o bebé começa a falar, se calhar vai deixar de comer como comia. Mas aprendeu a falar. Como explica Gomes-Pedro, o desenvolvimento não é feito numa linha, mas em degraus. E a cada degrau há uma desorganização, que permite que el…
MIGUEL ARAÚJO VISÃO 02.11.2017 Vivemos num tempo em que se fica com a ideia que temos que escolher aquilo que é melhor para nós, aquilo que mais nos agrada. Mas isso é o grande engano dos nossos dias
D.R.
Minha filhinha,
Estás a dias de sair da barriga da tua mãe e ainda nem sequer tens nome. Ias ser Salomé, o tempo todo ias ser Salomé, porque era o nome da tua bisavó, avó da mãe, que a mãe adorava, mas agora parece que já não vais ser. A mãe lembrou-se de telefonar à tia avó, única irmã da tua bisavó Salomé, e pelos vistos a tua bisavó detestava o nome. Além disso, o nome tinha sido escolhido por uma madrinha que afinal acabou por se revelar uma bruxa, parece. Por isso não, já não vais ser Salomé. A mãe e eu andamos para aqui à volta com nomes (a mãe é um bocado indecisa, é uma coisa de família, tu já vais perceber.) Mas havemos de te arranjar um nome bonito. (Eu trato-te por tu, espero que não te importes, deste meu lado da família é pessoal da Maia e na Maia é tudo tu-cá-tu-lá…